A empresária Janaína Verbena tem se destacado a frente da Cerâmica Terças, em Cruzeiro do Sul. A empresa familiar, que tem como fundador o pai da atual administradora, tem sido modelo de modernização e produção.
No geral, o segmento da cerâmica vermelha ainda é composto por administração majoritariamente masculina, no entanto, tem sido observado um crescimento de mulheres que ingressam no comando das fábricas, agregando valor e quebrando paradigmas.
Janaína conta que a participação das mulheres no ramo industrial tem se tornado um diferencial no setor.
“Entendo essa participação de mulheres na gestão da indústria cerâmica como importante e necessária. A maioria das cerâmicas no Brasil é composta de empresas familiares, dessa forma, todos devem contribuir para o funcionamento e melhoramento da gestão dessas empresas, de modo que a competência e arrojo das gestões femininas fazem a diferença”, ressalta.
A Cerâmica Terças se trata de um tradicional negócio familiar, passado de geração para geração. Entre os principais desafios enfrentados pela empresária estão na implementação de novas mudanças.
“O maior desafio que visualizo é o choque de gerações nas cerâmicas, pois enfrento muita resistência quando tento inserir novos parâmetros operacionais na produção dos blocos cerâmicos. Acredito que, assim como eu, que estou na terceira geração de ceramistas, muitos encontram dificuldades com as mudanças quando se deparam com a “tradição familiar”, explica Janaína.
Começando como uma pequena olaria, a fábrica passou por investimentos e modernizações, como a produção automatizada e tecnologia de ponta, diminuindo a mão de obra humana e aumentando a produção.
Atualmente, o negócio conta 30 colaboradores diretos e dezenas colaboradores indiretos, na confecção de Blocos de Vedação de 9x14x19 e 9x19x19. Janaína fala sobre os desafios de se impor em meio a um negócio composto predominantemente por homens.
“No segmento cerâmico é inexpressiva a mão de obra feminina. No meu estado a única mulher à frente de uma cerâmica sou eu, então a desproporção é grande. Claro que dentro dessa perspectiva, eu já sofri em algumas situações desconfortáveis por ser mulher e estar à frente da empresa”, diz.
A empresária fala, ainda, sobre a importância na formação e atualização para as mulheres que desejam ingressar no ramo.
“Todos os setores da indústria cerâmica são essenciais para o sucesso da empresa, então, o primeiro passo para uma mulher chegar na liderança dessa indústria é conhecer, entender o funcionamento de todos os setores que compõe a produção, desde a extração da argila na jazida até a expedição do material. É importante que a mulher busque sempre a atualização na área cerâmica, formações e capacitações fornecidas pelo Senai têm feito a diferença na formação de mão de obra desse segmento. Participar de feiras do setor cerâmico, nas quais se tem o acesso a novas tecnologias e inovações, além da oportunidade de fazer network com outros ceramistas do país”, acrescenta.