Cerca de 20 milhões de brasileiros passam fome em 2023, segundo os dados de uma pesquisa do Instituto Fome Zero, encomendada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Em 1984, a situação não era diferente em algumas regiões do Brasil, como no Ceará, estado em que Francisco José, o “Ligeirinho”, nasceu.
A história de Ligeirinho se confude com a de muitos brasileiros que são separados dos pais por causa da fome. Ao sair do Ceará, em 1984, em busca de oportunidade, Ligeirinho veio parar no Acre, onde foi encontrado pela família 40 anos depois.
Essa história conta com três personagens: Ligeirinho, tenente-coronel Cristiane Soares e Mayara Almeida, a sobrinha de Francisco que entrou em contato com a policial para promover o encontro virtual dos familiares. Em um vídeo produzido pela Assessoria de Comunicação da Polícia Militar do Acre (PMAC), a história é contada de forma emocionante.
Mayara entrou em contato com tenente-coronel Cristiane Soares informando que está a procura do tio Francisco José, que mora em Porto Acre. “Sou aqui do Ceará e vim falar com vocês a fim de uma ajuda pra achar o irmão da minha mãe”, diz um trecho da mensagem.
A sobrinha continua dizendo que Francisco foi embora em 1984 e nunca deu notícias. “A família sempre teve o sonho de procurar por ele, mas nunca tinha notícias e nem por onde começar, até que chegaram notícias de que ele estaria no Acre”, diz Mayara, ao informar que procurou por informações do tio no site do TSE e encontrou o título de eleitor, que foi atualizado há duas semanas.
Em vídeo, a tenente afirmou que manteve contato com Mayara e disse que iria procurar por Francisco, já que a cidade de Porto Acre é pequena, bem como as vilas.
Francisco José relembrou quando foi abordado pelos policiais e contaram que tinha algo a falar sobre a família. “Eu já me ‘desmantelei’ no choro, porque nunca imaginava uma coisa dessa. Agora ver minha mãe… nunca imaginava que vocês iam achar minha família. Pensei que eu nem tinha mais”, disse, emocionado.
“Muito mais que segurança pública”
A tenente contou que foi marcado o reencontro para que Francisco José pudesse ver, mesmo que de forma virtual, os familiares, inclusive o pai.”Embora não seja de corpo, mas hoje a tecnologia nos permite, mesmo estando a longa distância, a gente se conectar e participar desse momento… é muito importante”, disse a policial, emocionada.
“É muito além de segurança pública, é realmente cuidar da população”, completou.
Reencontro
O vídeo mostra parte de uma chamada de vídeo, com Francisco e toda a família muito emocionada. “Eu não sei nunca como eu posso agradecer vocês pelo o que vocês fizeram, mas Deus vai dar em dobro o que vocês fizeram”, disse Francisco.
Além de ver irmãos e sobrinha, Francisco também conseguiu falar com o pai e ficou muito emocionado. “Ainda vou lhe ver, papai”, falou.
Nos comentários da publicação no perfil do fotógrafo Daniel Cruz, há diversos internautas marcando o perfil Razões para Acreditar, para que possa ser feito uma vaquinha para levar Francisco até a família.
ASSISTA: