Brigas à parte: esquerda e direita vão se unir no mesmo palanque para tertar eleger vários prefeitos

Veja detalhes na coluna Pimenta no Reino, do jornalista Matheus Mello

O debate sobre esquerda e direita ganhou o mundo após disputas políticas polarizadas nos últimos anos. Com mais uma eleição chegando, há quem escolha seu candidato justamente por conta do espectro político que o partido está inserido. Porém, em uma série de prefeituras no Acre, candidatos dessas duas alas estarão no mesmo palanque, unidos e engajados a pedir votos para um só nome.

Candidatos dessas duas alas estarão no mesmo palanque/Foto: Reprodução

É o caso de Feijó. Por lá, o candidato do Republicanos, partido genuinamente de extrema-direta, terá o PCdoB, que defende pautas completamente adversas à direita, na mesma coligação. Escolhido e convidado por Roberto Duarte, o delegado Railson Ferreira, que lidera as pesquisas, conseguiu unir comunistas e bolsonaristas em um só palanque.

Outro nome que conseguiu unir as duas alas, foi o prefeito Zequinha Lima, do Progressistas, que vai disputar uma reeleição em Cruzeiro do Sul. Na campanha, será possível ver o governador Gladson Cameli, aliados do governo e lideranças do PCdoB, como Edvaldo e Perpétua, lado a lado, entoando o mesmo jingle. Os comunistas, inclusive, tem domínio sob a indicação da Secretaria de Educação do Município. Dividem o alto escalão com nomes conhecidos da direita cruzeirense.

O PCdoB também deverá estar no palanque de outro candidato do Progressistas: de Rodrigo Damasceno, em Tarauacá. O partido, inclusive, pode até indicar o vice-prefeito na chapa.

Em janeiro, o prefeito de Assis Brasil, Jerry Correia foi oficialmente filiado ao Progressistas. O que mais chamou a atenção no ato foi a presença do presidente do Diretório Municipal do PT, Edmilson Lopes Pereira Júnior. Acontece que Jerry foi expulso do PT no ano passado por infidelidade partidária e, mesmo assim, o partido deverá apoiá-lo para reeleição em Assis Brasil. Inclusive, o vice-prefeito de Jerry é um dos petistas mais conhecidos do Acre, Reginaldo Martins, que continuará na chapa, no mesmo cargo. É mais um exemplo de que esquerda e direita deixaram as rusgas de lado e focaram na defesa de um só propósito.

O prefeito conseguiu unir ainda a presidente do PC do B, Aline Guedes, do PSD, Gerineudo Araújo, e do União Brasil, Izaías Santos. Além do o presidente do MDB, Francisco Monteiro.

A recém-filiada ao Progressistas – partido de direita -, Suly Guimarães, escolhida para suceder a prefeita Fernanda Hassem, terá na aliança o PSB, de esquerda, ex-partido do vice-prefeito Carlinhos do Pelado. Mesmo deixando a sigla, ele garante que o partido seguirá lhe apoiando.

Um intrigante acontece nas terras de Chico Mendes. Em Xapuri, o PSOL decidiu apoiar a candidatura de Maxsuel Maia, do Progressistas. O partido de extrema-esquerda não irá apoiar a candidatura do PT, encabeçada pelo candidato Erivelton, para seguir com o partido de Gladson. A candidatura de Maxsuel foi articulada pelo grupo do deputado estadual Manoel Moraes, líder do governo e do PP na Aleac.

O mais curiosos e surpreendente é na disputa pela Prefeitura de Rodrigues Alves. Por lá, o deputado federal Coronel Ulysses, do União Brasil, um dos mais defensores do bolsonarismo, vai dividir palanque com o PT e com PCdoB. Ambas as lideranças partidárias decidiram apoiar a candidatura do ex-prefeito Burica, do MDB.

Resumindo …

Por aqui, os interesses pessoais anulam o senso crítico

Uma coisa que percebo há muito tempo por essas terras é que alguns políticos e pessoas filiadas a partidos carecem de ideologia. Não sabem (ou preferem ignorar), simplesmente, o que pensa o grupo com o qual estão aliançados, qual a proposta de país tem como direcionamento e projeto. Os interesses pessoais esmagam o senso crítico. E não está tudo bem…

Direita e esqueda

Sabemos que a discussão sobre direita e esquerda caiu no simplismo, mas é preciso saber se o projeto que você abraça está assentado no que você acredita ser o melhor para as pessoas que vai representar. Há gente, por exemplo, falando em liberalismo sem nem saber do que se trata o tema, confundido preservação de “bons costumes” com avanço econômico. Não basta ganhar voto e ocupar cargo. É preciso estar orientado a partir um projeto. Se não é de vida, é de morte.

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