A desilusão quando bate à nossa porta, muitas vezes a recebemos com resistência, como um visitante indesejado que nos tira da zona de conforto. No entanto, ao olharmos mais profundamente, percebemos que essa chegada indesejada muitas vezes traz consigo uma dádiva disfarçada: a oportunidade de enxergar a verdade que por tanto tempo nos escapou.
Imagine-se confiando plenamente em alguém, investindo tempo, conhecimento, atenção, energia e emoções, apenas para descobrir que essa pessoa traiu sua confiança, e o pior, com mentiras. Ou quem sabe, você se viu diante da traição do seu companheiro, aquele que jurou amor eterno e lealdade, enquanto a aliança reluzia em seus dedos. Esses são apenas alguns exemplos de como a desilusão pode nos atingir em diferentes áreas de nossas vidas, seja no âmbito pessoal ou profissional. São feridas que cortam fundo, que nos deixam cicatrizes visíveis e invisíveis.
E então veio a pandemia, um divisor de águas em nossas vidas. As atividades pararam, o mundo ficou em pausa, e nós fomos forçados a enfrentar nossos próprios demônios. Mas mesmo com o retorno gradual à normalidade, percebemos que não somos os mesmos. As máscaras caíram, tanto as físicas quanto as emocionais. A aceleração da vida nos fez questionar quem realmente somos e o que realmente queremos.
Nesse novo cenário, a desilusão torna-se uma aliada, uma guia para a verdade que habita em nossas almas. Ela nos mostra que as aparências podem enganar, que nem sempre quem está ao nosso lado é quem diz ser. Nos faz enxergar além das ilusões que criamos para nos proteger.
Dados estatísticos alarmantes revelam o aumento das doenças mentais, como depressão e síndrome do pânico, em nossa sociedade. No Brasil, milhões de pessoas lutam silenciosamente contra essas enfermidades, buscando desesperadamente uma luz no fim do túnel. É urgente quebrar o estigma em torno dessas questões e oferecer apoio e compreensão a quem mais precisa.
Como disse o filósofo Friedrich Nietzsche: “Aquilo que não me mata, só me fortalece.” A desilusão pode parecer uma sentença de morte para o coração, mas na verdade é um convite para renascermos mais fortes, mais sábios, mais autênticos. É o momento de olharmos para dentro, de nos reconectarmos com nossa essência e encontrarmos a verdade que nos liberta.
Então, como podemos vislumbrar o futuro diante de nós? É hora de cultivarmos a empatia, tanto por nós mesmos quanto pelos outros. É tempo de buscar o equilíbrio entre a tecnologia e a conexão humana, entre o trabalho e o lazer, entre a mente e o corpo. E acima de tudo, é momento de nutrirmos a esperança, de acreditarmos que, mesmo nos momentos mais sombrios, há sempre uma luz a nos guiar. Haverá sempre alguém que te dará esperança novamente.
Que possamos acolher a desilusão como uma aliada, como uma mestra que nos conduz ao encontro da verdade que reside em nossas almas. Que possamos transformar cada adversidade em uma oportunidade de crescimento e cada desafio em uma vitória pessoal. Pois, no fim das contas, é na superação que encontramos o verdadeiro significado da vida.
Aquilo que não me mata, me fortalece!
Maysa Bezerra
Escritora e Coach