O aumento exponencial dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e a superlotação das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) foram determinantes para que o Acre decretasse estado de emergência em saúde.
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A medida foi publicada na edição do Diário Oficial do Estado desta terça-feira (14).
À Agência de Notícias do Acre, o secretário de Saúde, Pedro Pascoal, explicou que o decreto faz parte de uma medida estratégica e planejada para conter os casos e evitar uma crise no sistema de saúde. Além disso, também é uma forma de obter recursos extras.
“A medida é uma exigência do Ministério da Saúde para garantir recursos extras. Estamos preparando o sistema de saúde para possíveis necessidades futuras, como a abertura de novos leitos e contratação de pessoal”, salientou.
Em relação aos dados epidemiológicos de SRAG, Pascoal disse que houve uma mudança no perfil dos pacientes afetados.
“Enquanto nos últimos anos a incidência foi maior em crianças menores de quatro anos, atualmente observa-se um aumento entre adultos jovens de 20 a 29 anos e idosos acima de 60 anos”, explicou.
“É importante frisar a diferença da síndrome gripal para a síndrome respiratória aguda grave. A síndrome gripal diz respeito àqueles sintomas de gripe, nariz escorrendo, tosse, aquela febre mais baixa, prostração, mas sem acometimento do respiratório. O paciente não evolui com a falta de ar, o paciente não tem a necessidade de estar entubado”, apontou.
O secretário voltou a afirmar que a alta ocupação dos leitos de UTI não está relacionada à SRAG, mas a politraumas.
Quero tranquilizar a população, pois os leitos pediátricos estão estáveis e as cirurgias continuam sendo realizadas normalmente. Essas medidas visam garantir que o sistema de saúde do Acre esteja preparado para lidar com o aumento da demanda e proteger a população, caso haja necessidade. O decreto tem vigência de noventa dias e reflete o nosso compromisso em enfrentar a situação com eficiência e transparência”, finalizou.
O que é SRAG?
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) abrange casos de síndrome gripal (SG) que evoluem com comprometimento da função respiratória que, na maioria dos casos, leva à hospitalização, sem outra causa específica. As causas podem ser vírus respiratórios, dentre os quais predominam os da Influenza do tipo A e B, Vírus Sincicial Respiratório, SARS-COV-2, bactérias, fungos e outros agentes.