Com festivais e turismo, aldeias no Acre chegam a faturar de R$ 150 mil até R$ 2 milhões, anualmente

Os municípios que sediam os eventos são Porto Walter, Assis Brasil, Marechal Thaumaturgo, Feijó, Tarauacá, Mâncio Lima, Cruzeiro do Sul, Jordão e Santa Rosa do Purus

Como forma de fortalecer os saberes tradicionais, diversas aldeias indígenas do Acre promovem festivais com cânticos, rezas e práticas de cura, que proporcionam uma imersão na vida e na cultura de diferentes etnias. O etnoturismo, como é chamado, é um dos mais procurados no Acre, e por isso, tem sido uma oportunidade de renda para dezenas de povos indígenas.

A renda anual dessas aldeias que recebem turistas varia de R$ 150 mil a R$ 2 milhões por ano, segundo informações do Governo do Acre, divulgadas pelo Carta Capital, Carlos Minuano, do blog Psicodelicamente, em reportagem especial. O governo, em 2024, inseriu 20 festivais indígenas no calendário oficial do estado.

Indígenas puyanawas em ritual no centro da aldeia; costumes ancestrais poderão ser vistos por visitantes em julho/Foto: Alexandre Noronha/Secom

É comum encontrar diversos estrangeiros, principalmente europeus, pelo Centro de Rio Branco, rumo ao interior do Acre, para participar dos festivais indígenas, com vivências com ayahuasca e outras medicinas tradicionais.

Os municípios que sediam os eventos são Porto Walter, Assis Brasil, Marechal Thaumaturgo, Feijó, Tarauacá, Mâncio Lima, Cruzeiro do Sul, Jordão e Santa Rosa do Purus e as etnias que mais se destacam com os festivais turísticos são Huni Kuin, Yawanawá, Ashaninka, Puyanawa e Shanenawa.

Os festivais, que recebem brasileiros e estrangeiros, movimenta a economia nos territórios indígenas onde acontecem os eventos, impacta positivamente também nos setores de rede hoteleira, guia, condutores, barqueiros, transporte, mercados, farmácias, bares e restaurantes do município onde está a terra indígena.

Indígenas da etnia Puyanawa de Mâncio Lima, em cerimônia no centro da aldeia; local será palco de um dos maiores festivais indígenas da Amazônia, em julho/Foto: Diego Gurgel/Secom

Ao Carta Capital, do blog Psicodelicamente, pelo jornalista Carlos Minuano, o governador Gladson Cameli disse que não tem um número exato do fluxo de viajantes em busca do etnoturismo no Acre, mas que o estado busca incentivar e orientar o registro dessa informação, pois as lideranças indígenas não têm esse hábito.

O governador Gladson ao lado de indígenas em aldeia no Acre/Foto: Reprodução

Entre 2022 e 2023, os turistas que mais visitaram o Acre foram dos Estados Unidos, Alemanha e Portugal, de acordo com dados da ForwardKeys e da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur).

Gladson disse ainda que os festivais são uma forma de renda alternativa à agricultura, que é a base da economia das terras indígenas do Acre.

Diversos artistas, como o Alok, visitam as aldeias indígenas no Acre para vivências/Foto: Reprodução

Os festivais indígenas acontecem há muito tempo, mas há cerca de 20 anos os indígenas começaram a abrir para pessoas de fora e se tornaram importantes para o fortalecimento das culturas, vivências e culinária. Atualmente, todas as etnias acreanas fazem festivais e vivências. Diversos artistas participam e visitam as aldeias indígenas no Acre, como o DJ Alok, o ator espanhol Miguel Bernardeau e muitos outros.

Miguel Bernardeau em terra indígena acreana/Foto: Reprodução

 Com informações de Carlos Minuano, do blog Psicodelicamente, da CartaCapital.

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