Justiça decreta prisão dos policiais do Gefron acusados de matar enfermeira no Acre

Na última semana, o Ministério Público havia indiciado os dois pelos crimes de homicídio qualificado

A Vara Criminal de Senador Guiomard decretou na quinta-feira (27) a prisão dos policiais Cleonizio Marques Vilas Boas e Gleyson Costa de Souza, acusados de assassinar a enfermeira Gessica Melo, 32 anos, que foi atingida por dois disparos por agentes do Grupo Especial de Fronteira (Gefron) na BR-317, em Capixaba, no final de 2023.

O ContilNet teve acesso com exclusividade aos mandados de prisão dos sargentos.

Na última semana, o Ministério Público havia indiciado os dois pelos crimes de homicídio qualificado por recurso que impossibilitou a defesa da vítima e por motivo fútil, em suas formas consumada e tentada, além de fraude processual.

VEJA: Caso Gessica: inquérito é concluído e PMs são indiciados por homicídio, podendo perder a farda

Segundo a defesa da enfermeira, ficou comprovado que a arma havia sido plantada pelos policiais. No laudo, divulgado pelo ContilNet em março de 2024, a perícia identificou que na arma encontrada com Gessica no local do acidente, não havia DNA da enfermeira. “NEGATIVO para traço de DNA recente compatível com o DNA de Géssica Melo de Oliveira, sendo desta feita POSITIVO para a presença de traços genéticos MASCULINOS, na estrutura da arma, carregador e munições”, diz trecho do laudo.

O caso

Segundo a denúncia, os acusados, juntamente com outros policiais, estavam envolvidos em uma tentativa de abordagem à jovem, após ela não ter parado em uma barreira policial. Eles teriam disparado várias vezes contra o veículo da vítima, que estava em estado de abalo psicológico e desarmada, causando a perda de controle do veículo e a sua morte.

Após os disparos, o corpo da enfermeira foi removido do local pelos acusados, sob a alegação de estar prestando socorro, quando na verdade, a intenção era alterar a cena do crime.

Um deles teria deixado uma arma de fogo ilegal na cena do crime, com a anuência do colega, para incriminar a vítima. A arma, de uso restrito e origem ilícita, não apresentava vestígios de material genético de Gessica, mas continha DNA masculino, reforçando a tese de adulteração.

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