O nível do Rio Acre chegou a cota abaixo dos 2 metros nesta sexta-feira (14), segundo a medição da Defesa Civil de Rio Branco. O manancial amanheceu com a régua medindo 1,99m. O nível baixo do Rio Acre na capital acreana já era previsto pela Defesa Civil e divulgado pelo ContilNet.
Em entrevista exclusiva ao ContilNet, o diretor de Administração de Desastres da Defesa Civil, o tenente-coronel Cláudio Falcão, contou que, em Rio Branco, o nível do Rio Acre só atingiu a cota inferior aos 2 metros neste período do ano em 1971, segundo as pesquisas.
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“Dentro do que eu já pesquisei e vi, desde 1971 a gente nunca ficou com o nível abaixo de 2 metros no meio de junho. Essa marca geralmente, nos últimos anos, é registrada no meio de julho”, explicou.
Segundo o coronel, o Rio Acre deveria, nas melhores condições, medir 5 metros para este período do ano, seguindo os padrões de anos anteriores. “É uma situação bem crítica. Nós estamos com indicativo de uma das maiores secas que Rio Branco já passou nos últimos anos. Nós estamos com uma das piores marcas do Rio Acre para os últimos anos, especificamente na última década”, finaliza.
Há dez dias consecutivos o órgão registra diminuição no nível das águas na capital. Segundo a Defesa Civil, abaixo da cota de dois metros o rio é considerado intrafegável, já que a navegação fica dificultada em razão do baixo nível. Outros reflexos da seca também são o escoamento da produção ribeirinha, falta de água em comunidades rurais e a dificuldade na captação de água na zona urbana.
Enchente em 2024
A cidade de Rio Branco enfrentou, em menos de quatro meses, uma enchente que foi registrada como segunda maior da história da capital acreana pelo nível das águas, que ultrapassou 17,75 metros, e considerada o maior desastre ambiental do Acre pelo número de pessoas atingidas.
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Das 22 cidades, 19 decretaram emergência, o que configura 86% do estado. O número de atingidos, que engloba todos os afetados pela cheia, independente de serem desalojados ou desabrigados, ultrapassou os 120 mil.