Depois que este colunista postou (e saiu correndo) alguns movimentos da esquerda que podem fazer parte de uma estratégia que visa a retomada do poder, chegou a hora de falar da direita também. Sim, pasmem: vezenquando, a direita consegue se unir para pensar em algo — principalmente em tempos de eleições. E já que nós vamos falar de eleições, nenhum tema é mais oportuno que a proposta que recebeu uma série de apelidos carinhosos: PEC do Estuprador, PEC do Estupro e por aí vai.
Que nós estamos em um ano eleitoral, todo mundo já sabe. E o que todo mundo igualmente sabe, é que o tema aborto sempre — sempre! — norteou os debates. E já enquadrou campanhas grandes, como a de Marina Silva à presidência (quase um banheiro da Ufac lá em 2020). Quer queiram, quer não, esse é um tema recorrente que gera polarização. E o mais beneficiado é sempre quem está à direita, no campo conservador.
E essa PL, que está mexendo com o imaginário das pessoas — repito: na sua maioria conservadora — apesar de beirar a insanidade, possui um objetivo: dividir as pessoas em a favor e contra. E polarizar as agendas Brasil adentro. A prova disso: essa discussão não vem de hoje. Acabou? Não. E nem vai acabar. O presidente da Câmara Arthur Lira trouxe a pauta dias atrás em caráter de urgência — depois foi para sua casa, curtir sua filhota. E uma pergunta que não quer calar: qual a urgência em mudar exatamente agora uma lei do século passado? Fica o questionamento.
CULATRA — Um levantamento da Arquimedes mostra 88% dos perfis da plataforma X contra a medida, com ninguém menos que a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) encabeçando a multidão. Nas ruas, uma pancada de manifestações igualmente contrárias. Se isso realmente foi um tiro da direita, pode ter saído pela… culatra.
DA ÁGUA PARA WATER — Se a guerra santa na ExpoAcre — uma festa pagã — de que se tem notícias nos bastidores entre Mailza e Alan Rick realmente vier a acontecer, mudará a vida de ambos — e do meio evangélico — da água para H20. Se ExpoAcre projetasse alguém, teria surtido efeito na campanha do Alysson Bestene, que simplesmente coordenou toda a edição passada.
FEIO — Todo mundo no meio político chama o prefeito Bocalom de turrão pra lá. E nesse grupo o senador Petecão teve a oportunidade de indicar a vice-prefeita Marfisa Galvão. Se permanecer na chapa do MDB sem indicar vice, sendo um senador, será feio pro grupo do Peteca.
PT E PP — Em Epitaciolândia, o Partido dos Trabalhadores declinou da possibilidade de concorrer à prefeitura e chancelou apoio a Everton Soares (PP-AC), a candidatura mais forte da oposição local.
CONVENIÊNCIA — Praticamente todo o Congresso Nacional é conservador, estava com Bolsonaro. Agora, está com Lula. A política é assim. Os arranjos são pensados sob conveniência.
TÁ LONGE — Sobre os questionamentos de quem será candidato em 2026, Gladson Cameli disse que “2026 está longe”. Disse o óbvio. Será que isso assusta ou conforta os interessados?
PUNIÇÃO — O caso Pablo Bregense continua rendendo nos bastidores. Após Petecão dizer que, caso seu mandato seja retirado, será via Kassab, um insider procurou esta santa coluna e disse a seguinte parábola: “O tamanho da punição dele será proporcional ao tamanho do barulho que os filiados farão”. E sumiu. Igualzinho o Mestre dos Magos.
PORTAS FECHADAS — Enquanto em algumas alas do governo se discute quem nasceu primeiro — o ovo ou a galinha — uma reunião de portas fechadas discutia sobre o comando de uma das mais importantes secretarias do executivo. Depois, não digam que não avisei.
DE BRINCADEIRA — Depois de governar por três anos a cidade de Cruzeiro do Sul, o prefeito Zequinha Lima (PP-AC) lançou um programa chamado Avança Cruzeiro. Isso é sério? Alguém deve estar de brincadeira. Não tinha um assessor para avisar?
BOM PRA JESSICA — Se continuar assim, quem deverá gostar é Jessica Sales. A candidatura adversária.
BATE-REBATE
– Enquanto Lula emite posts conservadores sobre a PL do Aborto (…)
– (…) Bolsonaro usa em seus stories “Ai Ai Ai Mega Príncipe”, da drag Pabllo Vittar (…)
– (…) Que multiverso é esse?
– Nas últimas semanas, o único tema de discussão sobre campanhas acreanas foi pura e simplesmente a pauta ideológica (…)
– (…) Que tédio!
– Como produzir e trabalhar é pedir muito, essa semana deve ser pautada por outra agenda ideológica (…)
– (…) A dita PL que foi tema desta coluna quase inteira.
– Se você parar para analisar, o discurso é o mesmo de décadas: somos a favor da vida (…)
– (…) O tempo passa, a pobreza atenua, crianças crescem sem perspectivas, são tomadas pelo crime e o discurso muda: (…)
– (…) Bandido bom é bandido morto!