O ex-deputado Jenilson Leite finalmente bateu o martelo e foi anunciado candidato a Prefeitura de Rio Branco pelo PSB. No ato do anúncio oficial, ele, que também é médico infectologista, declarou que decidiu se lançar candidato ao perceber que Marcus Alexandre, do MDB – nome pelo qual o PSB teria optado por apoiar anteriormente, havia ‘se tornado cada vez mais parecido com o atual prefeito Tião Bocalom (PL). Jenilson fez duras críticas aos dois candidatos. A coluna traz um panorama dos bastidores e das falas do comunicado feito pelo PSB.
Em entrevista a imprensa, Jenilson disse que não guarda mágoas de Marcus Alexandre, mas deu alfinetas no ex-prefeito.
“A gente não trabalha com mágoas. Mas a gente não pode aceitar são aqueles que querem fazer da gente o que eles acham que a gente tem que ser. Nós não poderíamos ser tratados da maneira que fomos tratados”, disse.
Ao falar que estará aberto a todos que quiserem lhe apoiar, Jenilson disse que a candidatura dele é de alguém que ‘não esconde a sua origem, que não tem vergonha de dizer de onde veio, defender o que já foi feito nesse estado e na nossa capital’.
A fala foi uma clara indireta a candidatura de Marcus Alexandre, que estaria tendo como estratégia de campanha desvincular a imagem do ex-prefeito ao Partido dos Trabalhadores, que também compõe a chapa do MDB.
“Embora reconhecendo os erros, desgates de algumas figuras que já cuidou dos interesses de Rio Branco, a gente admite – A minha origem é essa, não posso negar de onde eu vim, nem o que já foi feito por mim -, isso a população percebe”, completou em mais uma indireta a Marcus Alexandre.
“O MDB sabe o que fez”
Jenilson não deixou claro quais os motivos que fizeram ele rachar a aliança com Marcus Alexandre, mas insinuou que o MDB não cumpriu com os acordos firmados. Ao que tudo indica, as regras não passavam só pela indicação a vice-prefeito.
“O MDB e o Marcus Alexandre sabem tudo que conversaram com o PSB e comigo. Nós não vamos ficar no jogo da narrativa, que disseram ou não disseram. Mas eles sabem o que se comprometeram com o PSB. E sabem que o PSB poderia fazer parte de uma composição independentemente de ter a vice ou não”, disse.
“Ele começou a ser parecer mais com a gestão do Bocalom. Até a vice do Bocalom ele levou para poder ser a candidata a vice dele”, completou.
Negou conversas com o PP/PL
Uma foto publicada neste final de semana pelo secretário de Governo, Luíz Calixto, de um encontro que teve com Jenilson movimentou os bastidores da política e deu início às especulações de que o PSB poderia entrar para a aliança do prefeito Tião Bocalom.
Jenilson negou conversas com o Progressistas e com o PL.
“Nós não fomos procurados. O nosso caminho está sendo apresentado. Teremos uma candidatura a prefeito de Rio Branco”, enfatizou.
Nada de contrapor
Além de não ter acordos com o prefeito, Jenilson declarou que sua candidatura não foi posta para contrapor a candidatura de Marcus ou de Bocalom.
A nova 3ª via
Até então, o deputado Emerson Jarude era visto como a terceira via nas eleições deste ano em Rio Branco. Com o nome de Jenilson no jogo, a conjuntura muda e o médico deve surgir nesse movimento.
“O Jarude é um jovem como eu. Não estou desconsiderando a candidatura dele. Estou dando ênfase no nome do Marcus e do Bocalom porque nós não podemos esconder a realidade, que hoje, são essas duas candidaturas que tem chamado a atenção da população”, disse Jenilson sobre a candidatura de Jarude.
Causou racha
Provavelmente Jenilson vai disputar o cargo com uma candidatura puro-sangue do PSB. Porém, ao se colocar no jogo, o ex-deputado causou um racha na aliança do MDB e de Marcus Alexandre. Principais lideranças do PSOL, por exemplo, o professor Nilson Euclides e o pastor Henry Nogueira estarão no palanque de Jenilson, mesmo seu partido ter decidido compor a chapa de Marcus.
E o vice?
A partir de agora Jenilson e o PSB vão começar a discutir o nome do vice-prefeito, que deverá sair do próprio do partido.
E o PT?
Abrindo mão do protagonismo nessas eleições de 2024 e ingressando na chapa do MDB em apoio à candidatura de Marcus Alexandre (ex-petista), o PT tem visto o apagamento da sua história acontecer a conta gotas.
Ascensão
Não só a ida de Marcus para o MDB enfraqueceu a imagem do partido do presidente Lula. A ascensão de Jenilson no cenário político, desde que tirou uma votação expressiva em 2022, na disputa pelo Senado, fez com que seu nome ganhasse mais notoriedade e respeito na esquerda acreana do que qualquer outra liderança do partido que carrega em sua história o grupo que comandou o Acre por 20 anos. Isso pode comprometer o projeto para 2026…