Marcus e Bocalom repetem cenário acirrado das eleições de 2012, marcada por acusações de fraude

Veja detalhes na coluna Pimenta no Reino, do jornalista Matheus Mello

Faltando menos de três meses para o primeiro turno das eleições municipais deste ano, já dá para se ter uma noção em quais cidades a disputa pela prefeitura deverá ser acirrada. O anúncio oficial e final das chapas deve ser feito no final deste mês, com o início das convenções partidárias.

Talvez o cenário mais caótico deva ser visto na prefeitura mais importante do estado: a de Rio Branco. É o maior colégio eleitoral do Acre e deve registrar uma das disputas mais acirradas dos últimos tempos. Em uma eleição totalmente polarizada, Marcus Alexandre, do MDB e o atual prefeito Tião Bocalom, do PL, estão praticamente empatados de acordo com as pesquisas recentes. Além disso, tudo caminha para que a decisão estique para um segundo turno, deixando a disputa ainda mais incerta.

Tião Bocalom (PL) e Marcus Alexandre (MDB)/Foto: ContilNet

Ambos os dois candidatos vão enfrentar eleições completamente diferentes. Em 2016, quando foi reeleito, Marcus Alexandre levou a melhor sem muita dificuldade. Venceu Eliane Sinhasique logo no primeiro turno, com uma diferença enorme, registrando 54%, contra 32% da adversária.

Já Bocalom, eleito em 2020, só não levou a disputa no primeiro por menos de 1%. No segundo, ganhou disparado contra a então prefeita na época, Socorro Neri.

Vencendo duas eleições fáceis, os dois agora enfrentam cenários completamente diferentes.

Mas já viram isso antes

2012! Além de ser o ano conhecido por teorias de conspiração sobre o fim do mundo, também foi o ano marcado por uma das eleições mais disputadas e incertas de Rio Branco.

De um lado, Marcus Alexandre, um nome sem muita expressão política na época, escolhido pelo PT para suceder Raimundo Angelim, que deixou a prefeitura com uma aceitação recorde. Marcus nunca havia disputado uma eleição e era conhecido apenas por dirigir órgãos como o Deracre nas gestões petistas.

Do outro, Tião Bocalom, que encarava mais uma eleição. Porém, um rosto conhecido entre o eleitorado acreano. Ele já havia sido prefeito de Acrelandia por dois mandatos. Com ele, na mesma chapa, o jovem Alysson Bestene, que completava a coligação como candidato a vice-prefeito – ninguém imaginaria que após 12 anos, os dois se reencontrariam novamente em mais uma disputa como prefeito e vice -.

Resultado: uma eleição definida por menos de 3 mil votos.

No primeiro turno a diferença foi pouca. Marcus obteve 48,30%, contra 43,85% de Bocalom. No segundo, a decisão foi tomada por menos de 1%. Marcus, o novato desconhecido eleito com 50,77%. Bocalom, em mais uma derrota, com 49,23%.

“Eleição foi tomada”

Bocalom, inclusive, contesta até hoje o resultado das eleições de 2012. Em alguns discursos políticos, um deles ainda em 2024, o prefeito chegou a dizer que ele e Alysson ganharam as eleições, só não assumiram a Prefeitura “porque a eleição foi tomada”.

“Não posso aceitar uma derrota numa eleição onde a diferença de votos do vitorioso para os derrotados, que fomos nós, foi de menos de meio por cento. Não aceito isso e digo que aquela eleição foi tomada”, afirmou Bocalom durante agenda com líderes evangélicos neste ano.

Outros tempos

Mas agora os dois candidatos estão em posições diferentes no jogo. São políticos experientes. Ambos com derrotas e vitórias em eleições difíceis. Dois rostos conhecidos da população. O resultado? Deixamos para as urnas.

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