No começo do ano o ex-presidente Jair Bolsonaro veio ao Acre para filiar o prefeito Tião Bocalom – recém expulso do Progressistas -, ao PL. A festa, que durou quase uma semana, fez o ex-presidente e a esposa, Michelle, passarem os aniversários em Rio Branco. Com o tamanho da festa de recepção feita em prol de Bocalom, era esperado que o PL tivesse a reeleição do prefeito da capital como prioridade. Mas isso não parece não ter acontecido.
Entre as capitais brasileiras, o PL tem candidaturas majoritárias em 14. Contudo, segundo os valores declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bocalom foi que recebeu a menor cota dos recursos do partido, cerca de R$ 300 mil para gastos com a campanha. Isso é de longe os valores dos outros candidatos do PL nas capitais. Todos os outros 13 receberam cifras acima de R$ 1 milhão. Para se ter uma ideia, até em capitais onde o partido compõe a chapa apenas como aliado, no caso de Porto Velho, que o PL apoia a candidatura de Mariana Carvalho, do União Brasil, a sigla de Bolsonaro enviou R$ 1 milhão, valor bem superior ao transferido para a reeleição de Bocalom.
A decisão do PL começou a fazer com que membros do partido no estado começassem a questionar se a reeleição de Bocalom é de fato uma prioridade da Executiva Nacional do partido, como se achava. Por ser o principal articulador da reeleição de Bocalom e um dos nomes mais próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro, deverá caber ao senador Marcio Bittar resolver a situação em Brasília.
Reeleição
Vale lembrar que desses 14 candidatos do PL nas capitais, Bocalom e JHC, em Maceió, são os únicos que disputam a reeleição, por isso era esperado que os dois fossem tidos como principais prioridades do partido.
Veja os valores que cada candidato do PL recebeu nas capitais e faça a comparação com o recebido pelo prefeito Tião Bocalom:
Tião Bocalom (Rio Branco), disputa a reeleição – R$ 300 mil
Capitão Alberto (Manaus) – R$ 7,1 milhões
Delegado Eder Mauro (Belém) – R$ 2,4 milhões
Janad Valcari (Palmas) – R$ 5 milhões
JCH (Maceió), disputa a reeleição – R$ 6,2 milhões
André Fernandes (Fortaleza) – R$ 10,7 milhões
Marcelo Queiroga (João Pessoa) – R$ 3,6 milhões
Gilson Machado (Recife) – R$ 6 milhões
Emília Corrêa (Aracaju) – R$ 5,6 milhões
Fred Rodrigues (Goiânia) – R$ 2,3 milhões
Abílio (Ceará) – R$ 6,7 milhões
Assumção (Vitória) – R$ 2,1 milhões
Bruno Engler (Belo Horizonte) – R$ 14 milhões
Alexandre Ramagem (Rio de Janeiro) – R$ 26 milhões
Vai precisar de mais!
A coligação ‘Produzir para Empregar’ já recebeu quase R$ 500 mil para gastos com a campanha. Mas vale lembrar que esse valor precisa ser dividido entre todos os candidatos e partidos aliados da coligação.
Com a entrada do DC e do Agir – partidos que decidiram abandonar a chapa de Marcus Alexandre e apoiar a reeleição de Bocalom -, a coligação precisou reajustar os recursos e por isso, deixou claro que é necessário um olhar mais sensível da Executiva Nacional do PL, partido que encabeça a coligação.
E o adversário?
Até o principal adversário de Bocalom nessas eleições, Marcus Alexandre, já recebeu mais que o prefeito, mesmo não tendo as máquinas do Governo e da Prefeitura do lado.
Ao todo, Marcus e Marfisa tiveram mais de R$ 600 mil para gastos da coligação com as eleições deste ano. Até o momento, foi a chapa com o maior recurso, segundo dados do TSE.
Um adendo
Mas é preciso esclarecer que Jéssica Sales é até o momento a candidata a prefeita que mais recebeu verbas para as eleições deste ano. Já são mais de R$ 1 milhão. O valor foi enviado pela Direção Nacional do PSD, partido de Petecão, que detém a vice-prefeitura, com Tota Filho na chapa de Jéssica.
Já Zequinha Lima, recebeu mais de R$ 800 mil da Direção Nacional do Progressistas.
Capital do Juruá
Ou seja, ambos os partidos – MDB/PP -, priorizaram a disputa em Cruzeiro do Sul nas eleições deste ano. Somando o repasse do fundo especial das duas coligações, o valor chega a quase R$ 2 milhões, o maior do Acre.