O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou ao governo, na quinta-feira (19), a retomada do horário de verão. A medida pode ajudar a economizar R$ 400 milhões entre outubro e fevereiro.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que elaborou o estudo apresentado ao CMSE, o horário de verão pode reduzir a demanda máxima por energia elétrica em até 2,9%.
Especialistas consultados pelo g1 apontam que a economia provocada pela medida também deve ajudar a reduzir os custos aos consumidores, à medida que menos usinas termelétricas forem acionadas.
A conta de luz vai cair?
O presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE) e ex-diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, afirma que os consumidores devem sentir uma redução nos custos com a medida.
Para Barata, o valor pode parecer irrisório frente à quantidade de dinheiro que circula no setor elétrico, mas qualquer economia é bem-vinda.
“Estamos numa cruzada pela redução da conta de energia. Então, se ela cair R$ 1 para cada brasileiro, vale a pena”, declarou.
O coordenador de estudos de mercado da consultoria Thymos Energia, Pedro Moro, estima que a economia de R$ 400 milhões citada pelo ONS seja equivalente a algo entre 1% e 2% do custo da energia no Brasil no período de novembro a fevereiro.
“É de se medir os prós e os contras [da medida]. Se você não tem um [argumento] contra, qualquer redução no valor de energia ou redução nos encargos gerados é positiva para o sistema”, afirmou.
O custo da geração da energia é arcado pelos consumidores:
- As usinas termelétricas acionadas pelo ONS dentro da chamada “ordem de mérito” (que leva em conta custo e disponibilidade) estão contratadas junto às distribuidoras e são remuneradas pela parcela referente ao valor da energia na conta de luz dos consumidores regulados (que compram da distribuidora local);
- Já as usinas acionadas fora da “ordem de mérito” (fora da programação normal, com custos maiores) são remuneradas pelos Encargos de Serviço de Sistema (ESS) – pagos por todos os consumidores, regulados e livres (empresas que escolhem seus fornecedores de energia).
Como haveria economia nos custos para os consumidores, Barata defende que o horário de verão seja uma política recorrente.
“Economia é economia. Você pode ter muita economia, pouca economia, mas é economia”, disse. O presidente da FNCE ressalta, contudo, que é preciso analisar os impactos em outros setores, como turismo e segurança.
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