Pimenta: cometem injustiça com Gladson ao fazê-lo cobrança sobre campanha de Bocalom

Gladson deixou claro de uma vez por todas que está no palanque de Bocalom, sem chances de um possível racha com o prefeito

O governador Gladson Cameli foi cobrado por não participar de eventos considerados prioritários da campanha do prefeito Tião Bocalom. Entre eles, a ‘Carreata da Independência’, feita no último feriado do dia 7 de setembro. O evento foi uma estratégia para aproximar ainda mais a chapa Bocalom/Alysson da ala bolsonarista na capital. Os dois percorreram as ruas dos bairros Esperança e Vila Bétel e segundo a equipe do prefeito, reuniu mais de mil veículos. Tanto Bocalom quanto Alysson esperavam ter a presença do governador no trio elétrico principal da carreata. O que não aconteceu.

Gladson ao lado de Bocalom, na Expoacre/Foto: Ascom

Na época, o governador Gladson estava cumprindo agendas da Expoacre. Contudo, garantiu em entrevista ao ContilNet, durante a feira, que agora, na reta final da campanha, vai fortalecer a presença nos principais eventos da chapa Bocalom/Alysson. O governador voltou a enfatizar na disputa pela Prefeitura de Rio Branco que vai ‘pedir votos para Bocalom como se fosse para ele’.

‘Meu candidato e vitória no 1º turno’

Gladson deixou claro de uma vez por todas que está no palanque de Bocalom, sem chances de um possível racha com o prefeito e deixou uma recado que ele deverá ser reeleito no 1º turno, assim como aconteceu com ele nas eleições estaduais de 2022.

“Vim aqui cumprimentar o nosso prefeito, e dizer que estamos juntos, empenhados, trabalhando. Estou muito satisfeito com o sucesso que estamos tendo aqui na feira. É junto que a gente vai diminuir as dificuldades e aumentar o propósito que é cuidar das pessoas. A campanha do Bocalom e do Alysson está ganhando cada vez mais corpo. Se Deus quiser, vai ser 22 no primeiro turno”, declarou Gladson, que também caminhou ao lado de Bocalom pela feira.

É injusto dizer que Gladson não estaria 100% debruçado a reeleição de Bocalom. Optar por apoiar o prefeito foi uma decisão tomada pelo próprio governador.

Seleto grupo

Se for reeleito logo no primeiro turno, Bocalom entrará no seleto grupo de prefeitos de Rio Branco que conseguiram esse feito, entre eles, o seu principal adversário nas eleições deste ano. Marcus Alexandre foi reeleito em 2016 no 1º turno, com quase 60% dos votos.

Rio Branco só veio ter 2º turno a partir das eleições de 2008, quando a capital registrou mais de 200 mil eleitores. Antes disso, todas os prefeitos eram escolhidos já em 1º turno. De lá pra cá, apenas Raimundo Angelim (PT), reeleito com 50,2% no 1º turno das eleições de 2008 e Marcus Alexandre (PT), reeleito no 1º turno de 2016, tiveram essa honra.

Atenção! Aberta a ‘Operação Ataque Bocalom na Aleac’

A sessão da Assembleia Legislativa do Acre desta terça-feira (10) foi praticamente toda para ataques ao prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL).

Deputados da Oposição ao governo Gladson na Casa (Michelle Melo, Edvaldo Magalhães e Emerson Jarude) se uniram ao parlamentar da base do Governo, Tanízio Sá, e rechaçaram a suspensão dos contratos firmados entre os professores da rede municipal de Educação e a Prefeitura da capital. O grupo ainda expôs o áudio da secretária Nabiha Bestene, gravado durante uma reunião com os professores e vazado pela imprensa nesta semana.

Michelle Melo, por exemplo, ex-líder de Gladson na Casa, chamou Bocalom de ‘incompetente e turrão’, além de declarar que o prefeito transformou prefeitura de quintal, que manda e desmanda na capital e toma decisões sem ouvir os próprios secretários.

Mais acusações graves

O deputado Fagner Calegário, do Podemos, partido que faz parte da base de Gladson e Bocalom, também usou a tribuna para fazer acusações graves contra a equipe da Prefeitura. Representante dos terceirizados na Casa, ele declarou que ‘secretários’ estariam assediando funcionários lhes coagindo a votar em candidatos apoiados por eles.

“Secretários estão abordando trabalhadores, levando-os para uma salinha e ameaçando demissão se não votarem nos candidatos deles. Isso é um verdadeiro assédio eleitoral. Mas quero dizer a todos: não se curvem, o voto de vocês é secreto. Na urna, é só você e ela”, disse Calegário.

Único que defendeu

De todos os deputados da base de Gladson, apenas Arlenilson Cunha subiu a tribuna para defender Bocalom dos bombardeios dos colegas. Os dois são do mesmo partido, o PL.

“O prefeito Bocalom tem compromisso com as pessoas, com o município de Rio Branco, dessa capital tão linda e limpa que está, devido ao cuidado com a cidade e com as pessoas que Bocalom tem tido”, disse.

Precisa olhar urgente para sua base

Se quiser reeleger Bocalom e defendê-lo das críticas maciças, Gladson precisa puxar a orelha dos deputados da sua base governista na Aleac. Se querem manter os privilégios de um parlamentar da base, precisam demonstrar que estão acatando as decisões do governador.

Um claro cenário que o velho ditado se encaixa muito bem: “Quem come do meu pirão, prova do meu cinturão”.

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