Fraude na fila de transplantes: médico de Goiânia cobrava R$ 15 mil por paciente

Nome do médico não foi divulgado, mas as apurações constam que ele atuava em um hospital oftalmológico privado no Setor Marista, em Goiânia

médico investigado por liderar um esquema de fraudes em transplantes de córnea, em Goiânia, cobrava cerca de R$ 15 mil de pacientes para dar prioridade na fila de transplantes, conforme informações divulgadas pela Polícia Civil. Durante a operação deflagrada nesta quarta-feira (13), foram apreendidos R$ 3 milhões.

A investigação revelou que alguns pacientes conseguiram realizar o transplante em apenas 10 dias, enquanto a média de espera para um transplante de córnea no Brasil é de aproximadamente dois anos e meio.

Médico cobrava R$ 15 mil para priorizar pacientes na fila de transplantes (Foto: Polícia Civil)

O nome do profissional não foi divulgado, mas as apurações constam que ele atuava em um hospital oftalmológico privado no Setor Marista, na capital.

De acordo com a delegada Débora Melo, responsável pelo caso, a equipe de profissionais da saúde que trabalhava com os pacientes será investigada por possível participação. A polícia também apura se os pacientes sabiam das fraudes ou se foram vítimas do esquema.

Pacientes não se enquadravam como prioridade

A investigação começou há seis meses, após informações recebidas de uma auditoria realizada pela Central de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). A delegada explicou que alguns pacientes atendiam aos critérios para realizar o transplante, mas não se enquadravam nas condições para receber prioridade.

No Brasil, existe uma legislação específica que regulamenta todos os transplantes de órgãos e tecidos. A Central Estadual de Transplantes é responsável por garantir que as equipes médicas sigam critérios estabelecidos para determinar quem pode ser submetido ao procedimento e quem deve receber prioridade nas cirurgias.

CRM suspenso

O médico não foi preso, mas está suspenso de suas atividades profissionais.

Por meio de nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) afirmou que todas as denúncias relacionadas à conduta ética dos médicos são apuradas em total sigilo, conforme o Código de Processo Ético-Profissional Médico. Também ressaltou que vai cumprir a decisão judicial que suspendeu o CRM do médico envolvido.

PUBLICIDADE