A Câmara Municipal de Rio Branco teve uma renovação de mais de 60% nas eleições deste ano. Dos 21 novos vereadores, praticamente mais da metade são novatos no parlamento. Aproveitando a pouca vantagem que tem, cinco desses parlamentares se uniram antes mesmo da legislatura começar e criaram um grupo que ficou conhecido como ‘bloquinho’.
São vereadores eleitos por partidos pequenos e com pouca projeção na Casa. Os cinco ‘mosqueteiros’ são: Leôncio Castro (PSDB), Zé Lopes (Republicanos), Marcio Mustafa (PSDB), Moacir Júnior (SD) e João Paulo Silva (Podemos). O grupo representa quase 1/4 da legislatura a partir de 2025.
Decisivos
O grupo já deixou claro que não quer ser coadjuvante nas decisões da Casa e vai querer compor a próxima Mesa Diretora, que vem sendo discutida nas últimas semanas. Nomes que pretendem disputar a presidência do parlamento – Samir Bestene (PP) e Joabe Lira (UB) chegaram a se reunir com os membros para barganhar apoio. Ganhará quem mais tiver para oferecer ao bloquinho.
Vale lembrar que com o resultado das eleições municipais deste ano, o bloco da Oposição ganhou novos rostos e pulou de apenas 2 para 4. Os parlamentares que serão a ‘pedra no sapato’ de Bocalom, levando em consideração seus partidos e o apoio declarado à candidatura de Marcus Alexandre são: Fábio Araújo (MDB – reeleito), André Kamai (PT), Eber Machado (MDB) e Neném Almeida (MDB).
Ou seja, por isso que o bloquinho é visto como decisivo neste imbróglio.
Independentes?
Os membros do bloquinho disseram que vão lutar para manter a independência do bloco. Contudo, quase todos eles têm alguma ligação com o atual prefeito de Rio Branco e não seria surpresa se víssemos eles na base de apoio a Bocalom. Pode ser apenas questão de tempo.
Por exemplo, Márcio Mustafa e Leôncio Castro foram eleitos pelo PSDB, partido que estava na coligação de Bocalom e Alysson.
No mesmo cenário estão João Paulo Silva (Podemos) e Moacir Júnior (SD), duas siglas que estavam no palanque de Bocalom.
O único que destoa é Zé Lopes, do Republicanos. Apesar de ser declaradamente de direita, o partido dele estava no palanque e na base de apoio de Marcus Alexandre, principal adversário de Bocalom nas eleições deste ano. É a principal incógnita.
Nota do colunista
Seria uma grata surpresa se os vereadores do bloquinho realmente cumprissem com a promessa de manter a independência na Casa, diferente do que aconteceu na última legislatura – uma das piores que já pisaram na Câmara Municipal – onde o parlamento virou um puxadinho da Prefeitura e a principal prerrogativa do Poder Legislativo, discutir ideias, independente de posição política, se apagou completamente.