A cantora e compositora Keilah Diniz realizará, em Rio Branco, show de lançamento do álbum “LUA”, sua mais recente obra musical, contendo 9 canções de sua autoria, gravadas em janeiro de 2024.
O álbum, totalmente gravado no RB Studio em Rio Branco, sob a direção musical e produção do maestro James Fernandes, contou com a participação de vários músicos acreanos, entre eles Nilton Bararu, João Veras e João Gabriel. Mixagem e masterização foram realizadas em Brasília.
Keilah Diniz, goiana de nascimento e cidadã acreana, tem uma carreira artística consolidada, desde a participação em festivais de MPB, no início de sua trajetória, tendo se apresentado em shows individuais e coletivos no Brasil e no exterior.
“A consciência ambiental sempre foi uma preocupação de Keilah Diniz. No trabalho que desenvolve, a artista mostra reverência à natureza e engajamento às manifestações culturais e movimentos sociais da Amazônia e do País” (Irlam Rocha – Correio Braziliense).
Sua obra musical abrange estilos e temáticas diversas, com destaque para canções que retratam a realidade amazônica, os povos da floresta, os rios, as manifestações da cultura popular e religiosa, o cerrado, a natureza viva, as emoções românticas.
Pelo conjunto de sua obra musical e participação nos movimentos sociais, foi agraciada com o Prêmio Chico Mendes, na Categoria Arte e Cultura, concedido pelo Ministério do Meio Ambiente do Brasil.
Foi também representante do Ministério da Cultura para os Estados do Acre e Rondônia, no período de 2010 a 2012.
Em outubro de 2013, participou do Festival Internacional de Música na cidade de Montreux e realizou um show individual em Genebra, Suíça.
Sua discografia abrange os álbuns “Amazônia…a Deus”, “Cores da Mata”, “Dons” e “Lua”.
“Não se pode deixar de criar
quando a alma clama pelas palavras
e pelos sons que as embalam”
Esta declaração poética de Keilah Diniz expressa a essência de sua obra musical, de inspiração genuína e resultante de um pulsar constante de emergência criativa. São os seus “dons” que hoje se refletem em “Lua”, nas suas diferentes fases circulares.
Serviço:
O show “Lua” acontecerá no dia 18 de Janeiro de 2025, às 19h, no Teatro de Arena do Sesc – Centro.
A banda, formada por James Fernandes, Nilton Bararu e João Gabriel, contará ainda com participações especiais de convidados.
Veja uma entrevista na íntegra com a cantora sobre o álbum:
Sobre o Trabalho Musical
O que o álbum Lua representa para você, tanto pessoal quanto artisticamente?
Lua é mais um desafio vencido para o registro de minha produção musical, com o objetivo de compartilhar ideias e ideais por um mundo melhor, entendendo a arte como um canal tanto para a realização pessoal quanto para o social. O desafio é realizar o projeto sem o apoio financeiro.
Como surgiu a inspiração para criar esse novo trabalho? Existe alguma história ou momento especial que impulsionou o processo criativo?
Esse álbum traz 9 canções, algumas já apresentadas em shows anteriores e outras totalmente inéditas. A primeira intenção era a de fazer o registro apenas com voz e violão, James Fernandes e eu. E James foi quem, posteriormente, assumiu completamente a produção do álbum, fazendo os arranjos, arregimentando músicos, gravando todas as bases no Studio RB, em Rio Branco. Cheguei em janeiro de 2024, recebi esse presente quase pronto e fui para o estúdio colocar a voz. A grande surpresa foi a excelente qualidade do trabalho, que foi muito elogiado inclusive pelos técnicos de mixagem e masterização em Brasília, onde foi finalizado.
O título Lua tem um simbolismo forte. Qual o significado da lua no contexto do álbum?
Lua é o título de uma das canções que, de fato, tem um significado especial: foi composta em dias próximos ao nascimento do meu filho Gabriel Kuran, enquanto seguia as fases da Lua, na espera do grande momento. Também na época, ano 1984, surgia um grupo musical em Rio Branco, formado apenas por mulheres, que se inspirou nesta canção e adotou o nome de “Banda Lua”.
Em contexto amplo, Lua é a representação astral feminina que influencia as nuances da nossa Mãe Terra, além de ser a entidade identificada com a Rainha da Floresta. Tudo a ver comigo e com a força feminina ancestral.
Como você descreveria a sonoridade de Lua? Há influências específicas que você buscou trazer para o projeto?
Comparado aos meus álbuns anteriores, Lua tem uma característica especial de sonoridade com sotaque acreano, por ter sido concebido sob a batuta regional do maestro James Fernandes e com execução exclusiva por músicos locais. Há um perfeito entrosamento entre o estilo próprio da compositora e a interpretação instrumental. Inspiração genuinamente acreana e amazônica.
Processo Criativo
Quanto tempo levou para conceber e finalizar o álbum?
De 2 a 3 anos, desde as primeiras conversas.
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou durante o processo de criação do álbum?
Poucos desafios, considerando o empenho do produtor James em realizar a obra, de forma prazerosa e gratuita. Como o propósito inicial era de apenas registrar simplesmente as músicas, o trabalho foi acontecendo naturalmente, sem ansiedade. De fato, o melhor teria sido viabilizar apoio financeiro institucional, o que permitiria aos músicos receberem cachês condizentes com o trabalho profissional executado. O que houve foi uma produção entre amigos.
Como você trabalhou as composições? São todas autorais ou há colaborações com outros artistas e compositores?
Todas as músicas são de minha autoria.
Qual faixa do álbum foi mais desafiadora de produzir e por quê?
A música “Flor”, por ser de interpretação mais livre, exigiu atenção maior na marcação rítmica, mas nada muito complicado. Os músicos são excelentes e James conduziu muito bem os arranjos e a batuta.
Existe alguma música que você sente que sintetiza o espírito do álbum?
As músicas “Nova Inspiração” e “Sons” considero que possam representar um diferencial desse álbum, que traz uma característica mais romântica, comparado aos anteriores. Mais leveza e suavidade.
Parcerias e Produção
Você contou com alguma equipe ou produtor(a) em especial para Lua? Como foi essa parceria?
James foi o grande parceiro, idealizador e produtor.
Há participações de outros artistas no álbum? Se sim, como essas colaborações se conectaram com o conceito do trabalho?
Não houve participação vocal, mas instrumental, como James, João Veras e Nilton Bararu, parceiros de vários shows.
Como foi o processo de escolha dos arranjos e instrumentos usados nas faixas?
James fez todos os arranjos e participei na fase final das gravações.
Conexão com o Público
Que tipo de emoções ou reflexões você espera despertar no público ao ouvir Lua?
Se possível, momentos de relaxamento, reflexões, prazer, alegria…
O que diferencia Lua dos seus trabalhos anteriores? Existe uma nova fase na sua carreira que esse álbum marca?
Como disse anteriormente, Lua é um álbum que, em sua simplicidade, tem um sotaque acreano romântico e leve, sem cair na mediocridade do que se vê por aí.
Talvez uma fase mais intimista, pela madureza dos anos, e a consciência dos limites de realidade dos tempos artísticos modernos, midiáticos, no qual não me integro.
A temática essencialmente amazônica e indígena, mais presente nos álbuns anteriores, deu espaço para canções menos ativistas.
E ainda quis fabricar um CD, mesmo em tiragem reduzida, como objeto material palpável para, se quiserem, colocar na estante das memórias.
Existe alguma faixa que você considera especialmente significativa para ser tocada ao vivo?
Nova Inspiração? Do seu jeito?
Lançamento e Futuro
O show de lançamento no Sesc Centro tem algo de especial que o público pode esperar?
Além das músicas do Lua, algumas de álbuns anteriores, convidadas(os) e homenagens.
Quais são seus próximos passos após o lançamento de Lua? Você já tem planos para outros projetos?
Por enquanto, um passo de cada vez.
Como o público pode acessar o álbum? Ele estará disponível em plataformas digitais, além do show?
Haverá disponibilidade do CD impresso e, proximamente, nas plataformas digitais.
Pessoal
Como você sente que evoluiu como artista ao longo dos anos, até chegar ao Lua?
Como artista, me mantendo ativa e presente nos movimentos e nas voltas que o mundo dá, de modo a não perder a conexão dos tempos presentes e contribuir de forma artística com as realidades dos momentos.
Lua é a continuidade da vida, naturalmente.
Se pudesse resumir Lua em uma palavra ou sentimento, qual seria?
SERENIDADE