O Ministério Público de São Paulo apresentou, na última terça-feira (27/5), um recurso pedindo o aumento da pena de Jonathan Messias Santos da Silva, condenado a 14 anos de prisão pela morte da torcedora Gabriella Anelli, em julho de 2023, antes de uma partida entre Palmeiras e Flamengo. A defesa da família da vítima, que atua como assistente de acusação, também apresentou argumentos para que a pena seja ampliada.
Argumentos da acusação
No recurso, o MP e a família de Gabriella afirmam que o réu tentou se disfarçar ao trocar de roupa ainda no local do crime. Também pedem que a Justiça exclua a atenuante da confissão.
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“O que buscamos não é vingança, mas justa retribuição e prevenção; penas mínimas ferem o princípio da individualização e colocam em risco o pacto social que protege a vida”, disse o advogado Yohann Sade, representante da família da vítima.
O crime e a condenação
Segundo a perícia e as investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Gabriella foi atingida no pescoço por estilhaços de uma garrafa lançada por Jonathan durante um confronto entre torcedores próximo a um dos portões do Allianz Parque.
O acusado estava preso preventivamente desde agosto de 2023 e foi condenado na semana passada por maioria de votos dos sete jurados do tribunal do júri.
A defesa do torcedor do Flamengo também informou que irá recorrer da sentença. No julgamento, sustentou que não há provas diretas, como testemunhos ou imagens, que apontem Jonathan como o autor da garrafa que causou a morte.
Em seu depoimento, Jonathan Messias chorou em alguns momentos. Admitiu ter arremessado uma garrafa que se espatifou no portão, mas afirmou não saber se os estilhaços que mataram Gabriella vieram exatamente desse objeto.
O impacto na família de Gabriela
Gabriella Anelli estava indo ao estádio com os pais pela primeira vez. O pai, Ettore Marchiano Neto, relatou que estacionou a moto e se comunicou com a filha por mensagem. Ela respondeu que ajudaria membros da torcida com o material, mas não apareceu no ponto de encontro combinado. O jogo já havia começado quando os pais descobriram que Gabriella estava no hospital, ferida.
Desde então, a família se mudou para Curitiba e relata graves consequências emocionais. Tanto o pai quanto a mãe, Dilcilene Prado Anelli, fazem tratamento psiquiátrico contra depressão e ansiedade.
“Não sei o que vai ser da gente. A gente não tem mais vontade de viver. No ano passado, eu tentei autoextermínio, fiquei uma semana internada, e pensava: ‘minha filha lutou tanto pra viver, eu não posso tirar minha vida’. Mas não existe cura pra uma dor dessa, só vai passar quando a gente se for”, disse Dilcilene.
Busca por justiça
“A gente quer que seja feita Justiça, pra que não aconteça mais com nenhum pai, nenhuma mãe. Você não pode ir pra um lugar pra se divertir e enterrar a filha dois dias depois”, declarou a mãe da torcedora.
O pai, Ettore, reforçou que não deseja vingança: “Não se paga sangue com sangue, eu sei. Eu particularmente não quero saber dele (do réu), nem da família dele. Sentimento por ele é nada, nulo, zero. Só quero que ele pague pelo crime que cometeu. A vida da família dele também está revirada, mas ele está vivo, né. A minha filha não.”
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