A Bolívia vive uma grave crise social e política desde o início de junho, marcada por bloqueios de estradas e confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança. Os protestos, liderados por setores ligados ao ex-presidente Evo Morales, exigem a renúncia do atual presidente Luis Arce e incluem reivindicações econômicas. Arce, por sua vez, nega qualquer intenção de deixar o cargo e acusa os manifestantes de tentar forçar uma nova candidatura de Morales, agravando ainda mais a divisão interna no partido Movimento ao Socialismo (MAS).

Subtenente Christian Calle Alcón/Foto: Reprodução
Nesta quinta-feira (12), a situação ganhou contornos ainda mais trágicos com a confirmação da morte do subtenente Christian Calle Alcón, encontrado morto nas proximidades da rodovia entre Cochabamba e o oeste do país. Segundo o vice-ministro Jhonny Aguilera, o policial foi sequestrado por um grupo e brutalmente assassinado com uso de explosivos. No dia anterior, outros três policiais foram mortos por disparos de supostos atiradores de elite em Llallagua, no departamento de Potosí. Além dos agentes de segurança, um civil também faleceu em Cochabamba ao manusear um artefato explosivo.
Diante da escalada da violência, o governo boliviano intensificou operações conjuntas entre a polícia e as Forças Armadas para tentar conter os bloqueios e garantir a circulação nas rodovias. O ministro de Governo, Roberto Ríos, responsabilizou diretamente grupos ligados a Evo Morales pelos atos violentos, acusando-os de querer desestabilizar o país por meios extremos.