Marcus diz que não quer ser vice em disputa pelo Governo, e MDB no Acre ainda não definiu se apoiará Lula

Marcus disse que sua principal missão será organizar os debates na capital em torno da reestruturação e fortalecimento do partido

Prestes a assumir a executiva municipal do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em Rio Branco, Marcus Alexandre afirmou, em entrevista concedida ao ContilNet nesta sexta-feira (11), que recebe a missão com muita responsabilidade. Além disso, falou sobre suas intenções e os direcionamentos do partido para as eleições de 2026.

Marcus será o próximo presidente da executiva municipal do MDB em Rio Branco/Foto: Reprodução

O ex-prefeito de Rio Branco, que tem sido apresentado como uma das principais lideranças da sigla no estado, assume o diretório municipal do partido no próximo dia 18 de agosto, durante uma convenção a ser realizada na capital acreana.

“Pra mim foi uma surpresa, porque a sequência natural do trabalho era o Chagas Romão, o nosso decano e uma pessoa com seis mandatos de deputado consecutivos. Seria natural que ele continuasse. Mas ele, alegando questões pessoais, me fez um convite. E eu disse a ele que, havendo consenso, se fosse da vontade da maioria, eu poderia sim colocar meu nome à disposição. E nós estamos construindo isso: a comissão executiva, o diretório, pro dia 18, quando será a convenção. Então, eu recebo com responsabilidade. É uma missão muito honrosa pra mim, e sim, eu tô pronto pro trabalho”, afirmou o político.

Marcus disse que sua principal missão será organizar os debates na capital em torno da reestruturação e fortalecimento do partido.

“Olha, o diretório de Rio Branco está na capital do estado, então nós temos muitos debates pra fazer. O MDB tem setoriais importantes, são segmentos como o MDB Mulher, MDB Jovem, o MDB Afro, o MDB Trabalhista — cada uma dessas áreas tem pautas específicas. Nós temos três vereadores hoje que foram eleitos pelo MDB. Então, nós vamos estar acompanhando os debates na Câmara, vamos acompanhar a discussão dos temas mais importantes pra nossa cidade. É claro que a eleição que se avizinha é uma eleição estadual, não é municipal, mas nós temos um trabalho partidário de discussão, de mobilização de jovens. Então a intenção da gente é tratar desses temas que são importantes pra cidade, com o apoio dos nossos vereadores, dos filiados, do diretório… mais ou menos isso”, disse ao ContilNet.

“Sabendo que a próxima eleição é estadual, o protagonismo do momento é do diretório estadual, pelas eleições que se avizinham. Mas o diretório municipal tem e pode dar uma grande contribuição”, acrescentou.

O político afirmou que deve ser candidato a deputado nas próximas eleições, mas ainda não decidiu se disputará uma vaga na Câmara Federal ou na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).

“Nós seremos candidato, sim, a deputado. Agora, se é estadual ou se é federal, essa é uma decisão que nós ainda vamos tomar ao longo desse segundo semestre. Mas é uma candidatura proporcional — é o que eu entendo, é o que as nossas condições permitem, é aquilo que eu posso contribuir pro processo eleitoral do ano que vem. Agora, se é estadual ou federal, aí é uma decisão que nós vamos tomar ao longo desse segundo semestre”, pontuou.

Marcus também foi questionado sobre a possibilidade de o MDB indicar um nome para a vice na chapa majoritária ao governo do Acre, que poderá ser encabeçada pelo senador Alan Rick (União Brasil), que já demonstrou interesse na sigla e visitou o diretório estadual para estreitar as relações , em maio deste ano.

Alan Rick em visita à sede do MDB em maio deste ano/Foto: Reprodução

“Eu posso dizer que, particularmente, eu não tenho nenhuma intenção de ser vice em qualquer uma das chapas que estão se formando. Então, não há intenção de minha parte de ser candidato a vice. Eu penso que um partido importante como o MDB, com a história que tem o MDB, com as lideranças que tem o MDB, tem que estar, sim, numa chapa majoritária. O MDB está aberto às conversas, às discussões. O presidente Wagner Sales acabou de dar uma declaração dizendo isso — que não há definição de qual projeto o MDB vai apoiar e que o partido vai abrir diálogo com todos os pré-candidatos. Mas é claro que um partido do tamanho do MDB sempre vai buscar estar numa chapa majoritária, seja no Senado, seja na vice. Mas isso é uma discussão conduzida pelo diretório estadual, sob a liderança do nosso presidente, que é o Wagner Sales. Ele já deixou claro que o MDB não fechou questão, mas que vai dialogar com todos os pré-candidatos”, salientou.

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Também foi perguntado ao político — que já integrou o quadro do Partido dos Trabalhadores (PT) —, no contexto das discussões sobre as eleições de 2026, se o MDB apoiará o presidente Lula, que deve disputar a reeleição.

O MDB ocupa uma cadeira na Esplanada dos Ministérios. A emedebista Simone Tebet, que disputou a Presidência em 2022 e foi derrotada no primeiro turno, é ministra do Planejamento no governo petista. Mesmo com esse fato, Marcus disse que ainda não é possível afirmar que o apoio será mantido em 2026.

“Eu penso que é muito cedo para essas definições. O MDB tem um histórico de liberar as suas regionais. Então, nós já tivemos situações em que o estado não apoiou o candidato a presidente que o diretório nacional apoiou. Pelo que eu tenho acompanhado, não há essa deliberação de que tá tudo verticalizado. O que se decidir em Brasília vai ser, por exemplo, cumprido no Acre? Pelo que eu entendo, não. Num ambiente democrático, os estados vão tomar essas decisões. Mas ainda é muito cedo pra isso”, destacou.

“Eu acho que é uma discussão que vai começar lá pelo diretório nacional. Como não houve deliberação ainda do diretório nacional, muito menos um diretório regional vai tomar qualquer decisão sem apreciar a posição do diretório nacional. Então, não dá pra dizer ainda se o MDB daqui vai apoiar ou não o Lula. Isso aí é uma situação que nem o diretório nacional definiu ainda”, continuou.

Marcus entende que ter Simone Tebet como ministra não determina, por si só, o apoio do partido em 2026, pois o acordo se deu no contexto das eleições anteriores.

“As definições de apoio em chapas presidenciais são tomadas em convenção nacional. Então, é muito cedo pra falar sobre isso ainda. Eu acho que o nosso presidente Baleia Rossi e o Wagner Sales, nosso presidente regional, na hora certa, vão reunir. A convenção nacional deve ser chamada”, expressou.

“E como disse o Wagner na última entrevista que eu vi, aqui no Acre há um conselho político estadual, o diretório estadual, os diretórios municipais — e todos serão ouvidos antes de qualquer decisão. Eu entendo que a participação no governo federal se deu pelo apoio que a ministra Simone deu ao presidente no segundo turno. Houve, então, ali, uma gratidão pelo movimento da Simone Tebet naquele momento, nas eleições de 2022. A partir de agora, acho que se constroem novas alianças, novos entendimentos deverão ocorrer. Mas entendo que a participação do MDB no governo federal — isso é uma opinião minha, não partidária, porque só posso falar por mim — ocorre a partir do apoio dado no segundo turno das eleições de 2022. Agora, pra 2026, acho que tem que aguardar a convenção nacional”, finalizou.

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