Nutrição em Pauta: exagero proteico, dietas da moda e os riscos reais

Snacks proteicos, excesso nos lanches e a atenção da mídia sobre o tema

Nos últimos anos, a proteína ganhou status de “supernutriente” nas prateleiras, redes sociais e dietas da moda. Tudo parece ter uma versão “proteica”: bolachas, sorvetes, shakes, pães e até doces. Mas será que o consumo elevado de proteína é realmente necessário para todos? Ou estamos exagerando na dose sem saber?

Foto: Reprodução

📌 A proteína virou tendência

A popularização do estilo de vida fitness, combinada com estratégias de marketing e o culto ao corpo nas redes sociais, transformou a proteína em um símbolo de saúde e resultado rápido. Muitas marcas surfam nessa onda: “snack proteico”, “alta em proteína”, “proteína limpa” são rótulos que vendem bem — mas que nem sempre entregam saúde de verdade.

💡 Entendendo o papel da proteína

A proteína é essencial para construção e manutenção muscular, saúde imunológica, reparo de tecidos e saciedade. Porém, a quantidade ideal depende de fatores como peso, nível de atividade física e objetivos.

📊 A recomendação geral varia entre:

  • 0,8 a 1,2 g/kg para pessoas sedentárias

  • 1,4 a 2,0 g/kg para praticantes de atividade física

  • Até 2,2 g/kg para quem está em fase de ganho de massa muscular sob supervisão

⚠️ Excesso de proteína: quando é problema?

Consumir proteína em excesso não traz benefícios adicionais e pode gerar sobrecarga nos rins, má digestão, constipação e até desbalanço de outros nutrientes importantes, como fibras e antioxidantes.

Além disso, snacks “fit” nem sempre são opções saudáveis: muitos são ultraprocessados, com adoçantes, corantes e pobre em fibras — o oposto de uma alimentação balanceada.

✅ Quando suplementar?

A suplementação é indicada quando a ingestão via alimentação não é suficiente — o que é comum em dietas restritivas, vegetarianas ou para atletas com necessidades aumentadas. Mas sempre com orientação individualizada.

🍽️ Estratégias para equilibrar

  • Inclua proteínas magras nas refeições principais: frango, peixe, ovos, leguminosas.

  • Evite exageros nos lanches. Prefira frutas, iogurte natural, oleaginosas.

  • Observe o rótulo dos industrializados: alto teor de proteína nem sempre é sinônimo de saúde.

  • Priorize fontes naturais e variedade nutricional.

Proteína é essencial, mas o equilíbrio continua sendo a base de uma boa alimentação. O “mais” nem sempre é melhor — especialmente quando se trata da sua saúde.

🧠 Converse com seu nutricionista para entender a real necessidade de proteína na sua rotina e evitar modismos desnecessários.

📚 Referências científicas

  • Jäger, R. et al. (2017). International Society of Sports Nutrition Position Stand: protein and exercise. JISSN

  • Phillips, S.M., & Van Loon, L.J. (2011). Dietary protein for athletes: from requirements to optimum adaptation. Journal of Sports Sciences

  • World Health Organization. Protein and amino acid requirements in human nutrition. (2007)

Escrito por Luana Diniz, nutricionista clínica esportiva. Confira mais dicas na coluna Nutrição em Pauta .

*COLUNA NUTRIÇÃO EM PAUTA / LUANA DINIZ NUTRICIONISTA – CRN7 16302

Nutricionista e atleta, formada pela Universidade Federal do Acre, pós-graduada em nutrição clínica esportiva. Trabalha com atendimento clínico nutricional em parceria com a loja de suplementos Be Strong Fitness e é colunista do ContilNet em assuntos sobre alimentação e sua correlação com saúde e bem-estar.

Instagram: @luanadiniznutricionista

Contato: (68) 99973-0101

PUBLICIDADE

Bloqueador de anuncios detectado

Por favor, apoie-nos desativando sua extensão AdBlocker de seus navegadores para o nosso site.