Contratada pelo Terra, jornalista acreana faz cobertura de desastre aéreo em SP: ‘Muito difícil’

Adrielle conta que escutar o relato dos moradores que viram a queda do avião foi um dos maiores desafios

Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Acre (Ufac) e “acreana do pé rachado” – como dizemos por essas terras -, a jovem Adrielle Farias é a mais nova contratada do portal Terra Brasil, um dos veículos de comunicação mais conhecidos e importantes do Brasil.

Com apenas 27 anos, ela mora no estado de São Paulo, onde decidiu colocar em prática a profissão depois de toda uma vida residindo na capital acreana junto com a família.

Adrielle Farias é acreana e tem 27 anos/Foto: Redes sociais

Adrielle é conhecida no Estado e fora dele desde 2014 por ter criado uma paródia do clipe da cantora americana Katy Perry, ironizando o Acre. Ela teve milhares de visualizações no YouTube e foi parar no programa da Eliana, no SBT.

Ao ContilNet, a acreana conta que já fazia alguns trabalhos como freelancer para o portal do qual hoje ela faz parte, mas só há um mês foi contratada para o cargo de repórter.

“Fiz freelas pra eles ano passado, daí abriu uma vaga fixa e me chamaram de novo. Faz um mês. Meu coração está só felicidade e alegria”, comentou.

Momento difícil

Adrielle tem, principalmente, a política como campo de trabalho dentro do ofício atual. No entanto, suas produções passam por outros segmentos no jornalismo, como a cobertura da tragédia área que aconteceu em São Paulo, nesta sexta-feira (9). A acreana faz parte do time de profissionais que está fazendo a cobertura do acidente que tirou a vida de mais 60 pessoas.

Adrielle está no local do acidente aéreo que matou mais de 60 pessoas/Foto: ContilNet

Questionada sobre a árdua missão, disse que recebeu com surpresa o chamado:

“Quando minha chefe me escalou pra cobrir o acidente em vinhedo, eu fiquei muito surpresa, porque sou relativamente nova na equipe e uma cobertura desse porte exige muita sensibilidade e cautela. Ela me ligou, me contou que precisava de mim lá e então sai da capital para vinhedo, levou cerca de 1h30. No trajeto, viamos muitas ambulâncias, carros da PM, o que já me deixou um pouco aflita por conta da gravidade do ocorrido”, explicou à reportagem.

VEJA O TRECHO DE UMA REPORTAGEM DA ACREANA NO LOCAL DO ACIDENTE: 

“Chegando lá no residencial onde tudo ocorreu, entrevistei moradores da região, troquei ideia com alguns colegas que já estavam lá há algum tempo e fui colhendo informações pra enviar pra redação em tempo real. A todo momento chegavam mais reforços, de corpo de bombeiros, PM, policia cívil, tudo que você imaginar de defesa. O pior é que choveu o dia inteiro ontem e isso ate prejudicou as buscas durante a madrugada”, acrescentou.

Adrielle conta que escutar o relato dos moradores que viram a queda do avião foi um dos maiores desafios.

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Local foi isolado para reconhecimento e retirada dos corpos/Foto: Reprodução

“Foi uma cobertura na chuva. Mas os relatos dos moradores, com certeza, foram a parte mais dificil, sabe?! Eu entrevistei uma senhora que viu o avião rodopiar em cima da casa dela. Eles correram o mais rapido possível pro portao da casa pra tentar sair, mas acabou que o aviao caiu ao lado, no residencial. Alguns moradores do residencial estavam muito abalados, e alguns até deixaram as casas ontem e foram para a casa de familiares por conta do trauma”, destacou.

Farias finalizou a entrevista dizendo que, na cobertura de um evento dessa natureza, profissionalismo e sensibilidade podem andar de mãos dadas:

“Por mais que a gente se organize, planeje o dia, a gente nunca sabe o dia de amanhã. Mas o principal, é saber fazer o trabalho jornalístico com muita responsabilidade e sensibilidade, principalmente nessas situações, onde tem pessoas traumatizadas, tem outros colegas da área também atrás de respostas. É importante observar, investigar, apurar bem a informação, pra manter o público bem informado e, principalmente, familiares, amigos e vizinhos. Acho que nessas situações o nosso trabalho é colocado a prova de fogo”.

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