Convite a Temer para missão no Líbano é sinal da nova fase de Bolsonaro

A decisão do presidente Jair Bolsonaro de convidar o ex-presidente Michel Temer para chefiar a missão do Brasil que levará ajuda ao Líbano embute um cálculo político-eleitoral e é sinal da nova figura, inaugurada há cerca de 60 dias pelo presidente da República, menos beligerante.

Distante do Bolsonaro que se elegeu, cujo discurso foi anticorrupção, de mudança e com ataques ao que chamava de “velha política”, a decisão de indicar Temer é um gesto para o mundo político e busca ainda a simpatia da bastante numerosa comunidade libanesa no Brasil. Temer tem origem libanesa.

A escolha também coloca luz sobre uma relação que vem se desenvolvendo nos últimos meses, de conversas frequentes entre Bolsonaro e Temer.

Segundo relatos de pessoas próximas aos dois, o atual presidente se aconselhou com Temer diversas vezes sobre os problemas que enfrenta, como embates com o Judiciário. Até mesmo a aproximação do Congresso, em especial o Centrão, é tema das conversas dos dois. Temer, que presidiu a Câmara dos Deputados, já foi uma das lideranças do Centrão.

Temer responde a processos na Lava Jato do Rio de Janeiro e já teve prisão decretada, posteriormente convertida em medidas preventivas. O ex-presidente pediu à Justiça para viajar e aguarda autorização.

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