A suspensão dos concursos públicos previstos para 2016, anunciada pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, na última segunda-feira, envolverá até 40.389 cargos em órgãos dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). A informação foi divulgada nesta quarta-feira pela pasta. A medida faz parte do pacote fiscal anunciado por Barbosa e pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com o objetivo de cobrir o rombo de 30,5 bilhões de reais do déficit do Orçamento do próximo ano.
O ministério destaca que os concursos agendados para este ano não foram afetados pelos cortes e ocorrerão normalmente. Os principais deles são processos de seleção para vagas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de agências reguladoras, como a Agência Nacional de Aviação Civil e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A proposta ainda precisa ser avalizada pelo Congresso. O governo espera gerar, com o cancelamento dos concursos, uma economia de 1,5 bilhões de reais, parte dos 26 bilhões de despesas que o governo pretende cortar no próximo ano. O conjunto de todas as medidas, que inclui a recriação da CPMF e o aumento de alíquota de impostos, prevê um ajuste de 66,2 bilhões de reais.
A notícia foi recebida com alarde por quem está estudando para ser aprovado nos processos seletivos. O diretor da Central de Concursos, um dos principais cursinhos da área, Jaime Kwei, relatou que muitos dos alunos já vieram lhe procurar para saber sobre o anúncio. “Tivemos muitos alunos nos questionando. Mas nós sabemos que isso não é um processo imediato. Em média, os alunos chegam a estudar de 1 a 2 anos [para passar nos testes]. Esse é um período normal de preparação. Então, ele pode usar esse tempo para continuar se preparando para 2017”, afirmou.