Tendo como principal reivindicação a demarcação de suas terras na região do Alto Purus, índios da etnia jaminauá ocuparam na manhã desta segunda-feira (15) a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Rio Branco. “Estão vindo mais 20 parentes jaminauás de Sena Madureira. Eles estão revoltados e vão fazer de tudo para terem suas reivindicações atendidas”, disse o presidente da Federação do Povo Huni Kui do Acre (Fephac), Ninawá Huni Kui.
“O povo jaminawá vem passando por um estado de crise. Um fator complexo de difícil explicação até mesmo para os próprios jaminawá, resultando na vinda de famílias inteiras para as periferias das cidades, principalmente da capital.”, analisou a presidente da Comissão Indigenista Missionário (Cimi), Rose Padilha, que também exigem a imediata demarcação das terras.
“Hoje levantamos nossas vozes para defender os nossos direitos garantidos em leis e agressivamente descumpridos. Viemos desabafar que o não cumprimento da lei está colaborando para ferir a dignidade do nosso povo, exterminar a vida de nossas crianças, para envenenar as nossas águas dos rios, para transformar a mãe terra em negócios de lucros, para nos tirar o direito de existir, conquistado com sangue, defendido com bravura de nossos antigos guerreiros”, desabafou o índio jaminauá, José Correia.
Na manhã desta segunda, a direção da Funai esteve reunida com os líderes, mas não houve acordo. “Vamos escutá-los. Ouvir suas reivindicações e encaminharmos para a sede da Funai em Brasília”, disse o coordenadora regional do órgão, Evanízia Poyanawá.