Mesmo com a Operação Fim da Linha, realizada pela cúpula da Segurança Pública e que tenta desarticular a atuação de facções criminosas no Estado -cumprindo mais de 200 mandados de prisão e 44 de buscas e apreensão em oito cidades -, alguns bairros de Rio Branco estão muros de casas e comércios marcados pelas iniciais da organização criminosa “Comando Vermelho”, o CV.
Segundo um servidor público que não quis se identificar, o gesto seria uma demonstração de que aquele território pertence aos criminosos e, com isso, assustar a população, bem como impedir a entrada de outros grupos. Os bairros Sobral e 6 de Agosto são uns dos locais onde é possível encontrar as marcas da facção criminosa, que tem sua raiz nos presídios dp Rio de Janeiro.
De acordo com o diretor de Inteligência da Polícia Civil, delegado Alcino Junior, essas pichações não são de um comportamento característico de organizações criminosas.
“Eles não têm essa necessidade de expor publicamente em que ambiente, em tese, estariam. Isso chamaria a atenção. Mais um motivo para dizer que quem eventualmente tem feito as pichações são pessoas, às vezes, que não são ligadas a nada. Para essas facções, quanto mais discretamente poder agir, mais ela vai fazer. É nessa atuação às sombras que a Polícia Civil está acompanhando, e agindo em combate a essas organizações”, afirma o delegado.
Alcino Júnior ressalta ainda que a Polícia Civil continua fazendo trabalhos de investigação e cumprindo as prisões da Operação Fim da Linha. Segundo ele, as pichações não devem ser caso de pânico, porém de acompanhamento por parte da polícia.
“Esse tipo de pichação em muros é muito relativo. A gente vem acompanhando e, muitas das vezes, são menores e vândalos que saem pichando os muros querendo, de alguma forma, mostrar um tipo de poder, e não necessariamente são marcações que definam regiões da cidade e nem quer dizer que é território de alguma facção”, completou.