Iracemo Rodrigues de Souza, de 57 anos, a quem o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) negou atendimento na última terça-feira (15) sofreu uma parada respiratória nesta quinta (17), e seu estado de saúde é grave, segundo familiares.
O site ContilNet denunciou que Rodrigues precisou ser conduzido ao hospital por um veículo particular depois que uma atendente do Samu se negou a enviar uma ambulância à sua residência. O paciente havia caído da bicicleta e sofreu um trauma no abdômen.
No Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), a vítima passou por cirurgia e se encontra internado no ambulatório do Pronto Socorro. Assim que deu entrada no local, o médico plantonista constatou que seu caso “era grave”.
Após uma série de exames, os profissionais diagnosticaram uma perfuração no intestino de Rodrigues. Ele então foi encaminhado ao Centro Cirúrgico, onde permaneceu por mais de duas horas. A incisão feita pelo cirurgião vai do peito à virilha, disseram os parentes.
Indignada com a omissão de socorro por parte do Samu, a irmã de Rodrigues se diz disposta a entrar com uma ação judicial contra o estado.
“A mulher desligou na minha cara! As orientações passadas pelo telefone não iriam manter meu irmão vivo. Eles negaram socorro a uma pessoa doente. Eu sou pobre, mas pago impostos e tenho direito de ser atendida, e não maltratada”, desabafou Francisca.
Ela suspeita que a omissão de socorro esteja relacionada ao fato de o irmão ser dependente químico. “Eles não acharam o caso grave devido ele ser alcoólico. Mas mesmo os dependentes têm direito à vida”, disse.
Segundo a denunciante, anos atrás ela perdeu outro irmão pelo que chamou de ‘negligência médica’.
Pedido de socorro
O acidente com Rodrigues ocorreu na tarde de terça-feira (15), depois do qual ele procurou a irmã, já na madrugada de quarta, reclamando de fortes dores na barriga, vômitos excessivos e dificuldades de locomoção.
Francisca se desesperou e ligou para o Samu. Em resposta, a servidora que atendeu ao telefone recomendou um analgésico a Rodrigues, acrescentando se a família quisesse ir ao hospital, que tratasse de conseguir um veículo particular.