Desigualdade salarial, baixo investimento, assédio sexual. Essas são algumas das barreiras que mulheres encontram em suas jornadas profissionais, mas apesar dos obstáculos a população feminina está cada vez mais participativa no mundo dos negócios, ganhando espaço antes dominado por homens e dando razão aos que acreditam que lugar de mulher é onde ela quiser. Dentre os diversos setores que as mulheres estão se destacando, a presença delas no empreendedorismo está sendo muito significativa.
Andréia Aparecida Ribeiro é um exemplo do engajamento feminino na reivindicação de espaços que podem e devem ocupar no processo de transformação do mercado. Sócia de uma empresa de consultoria ambiental a mais de 15 anos, a empresária aceitou o desafio de ser também proprietária de um bar e restaurante que administra a 4 anos. Mas o contato com o comercio não é de agora já que o primeiro emprego foi aos 12 anos de idade, na mercearia do pai, e desde então buscou sua independência financeira.
“Saí de casa com 18 anos para fazer engenharia na capital (Cuiabá-MT) e fui até criticada pela família porque engenharia era considerada profissão de homem. O espírito empreendedor me acompanhou, pois em uma cidade grande, apesar de estar em uma universidade pública, eu tinha muitos gastos. Foi aí que comecei a vender docinhos no terminal de ônibus e pelos corredores da universidade” conta Andréia, que, após conseguir se formar em engenharia ambiental veio para o Acre, onde junto com dois sócios fundou uma empresa de consultoria ambiental que dura até hoje.
Foi no Acre também que Andréia concluiu sua segunda graduação. Se formou em jornalismo e fez pós-graduação em assessoria de imprensa pela Universidade Federal do Acre (Ufac). Em 2015 se tornou proprietária do Loft Bar, que além de bar, agora é restaurante. Ela define as tarefas em seu último empreendimento como simples, mas destaca algumas barreiras que ainda enfrenta por ser mulher, como o respeito e obediência dos parceiros de trabalho ou a reação dos clientes quando têm alguma reclamação a fazer e pedem para falar com o “dono”, esperando que esse seja um homem.
“São essas barreiras que nós mulheres devemos romper e a cada desafio como esse a gente se vê treinando nosso poder de comunicação, nossa retórica e nossa competência ao mostrarmos que não estamos lá para brincar e sim para trabalhar, fazer carreira tanto quanto o homem” afirma a empresária.
O empreendedorismo feminino é mais forte do que o simples ato de empreender, é um movimento de transformação social que vem ganhando espaço na sociedade. É um movimento importante para dar força e visibilidade a outras diversas questões em torno do universo das mulheres. Se depender de exemplos como o de Andréia vai ser cada vez mais comum encontrar mulheres empreendedoras tocando negócios. Ela ainda concilia a vida de mulher de negócios com a maternidade.