De Posse de um relatório de vários volumes entregue em seu gabinete pelo Departamento de Patrimônio do Estado, o governador Gladson Cameli convocou o secretário de Segurança Pública, coronel Paulo Cézar Santos, a instaurar inquérito policial para descobrir o paradeiro de pelo menos 237 veículos do Governo, de várias marcas e modelos, que simplesmente desapareceram da estrutura estadual
O relatório não revela o valor do prejuízo do Estado com o sumiço, mas estimativa beira à casa dos milhões de reis. O relatório inicialmente deveria informar quantos veículos o Estado dispõe, os que estão rodando e os que estão paralisados e foi a partir dai que começaram a surgir informações sobre o sumiço dos veículos, segundo o revelou o governador durante reunião na tarde desta sexta-feira (4) com membros da bancada federal do Acre no Congresso Nacional com a maioria dos prefeitos municipais do Estado, durante debates sobre emendas ao Orçamento Geral da União para 2020, na sede da Amac (Associação dos Municípios do Acre). Gladson Cameli falava das dificuldades financeiras com as quais vem tendo que lidar no Estado, a partir de dívidas herdas de governos anteriores, e citou o caso dos veículos como um exemplo da incúria e dos desleixo dos governos passados com os bens públicos.
O governador disse à reportagem do ContilNet, na tarde desta sexta-feira (4) que, há quatro meses, ao perceber o desaparecimento dos bens, determinou que o serviço de patrimônio estadual elaborasse o relatório detalhando o tipo e a quantidade dos automóveis desaparecidos. O relatório ficou pronto esta semana.
“Para minha surpresa, o funcionário concluiu o relatório informando que o total de bens desaparecidos é bem maior do que aquilo que eu inicialmente senti falta”, disse o governador ao mostrar as fotografias do volume do relatório, elaborado pelo chefe do serviço de patrimônio estadual Júlio Cesar Silva. O servidor informou que, além dos veículos, há ainda carcaça de maquinas pesadas que estão sendo recolhidas em todo o Estado para serem avaliadas e a partir daí o governador possa enviar uma lei para a Assembleia Legislativa pedindo a alienação, tombamento ou leilão dos bens que ainda podem ter utilidades.
Mas a preocupação maior é com os veículos que simplesmente desapareceram. O relatório não informa em quais os governos os veículos sumiram, mas atesta que o sumiço ocorreu pelo menos nos últimos 20 anos – coincidência ou não, no mesmo período dos governos da Frente Popular (oito anos de Jorge Viana, quatro de Binho Marques e mais oito de Tião Viana). “Eu não quero um caça as bruxas, mas quero saber onde está e o que aconteceu com este patrimônio, porque isso e dinheiro público jogado fora e a população tem o direito de saber o que aconteceu com os recursos de seus impostos”, disse o governador Gladson Cameli.
O coronel Paulo Cezar Santos, o secretário de Segurança Pública e o homem que tem o dever de localizar os automóveis ou o que restou deles, disse que já começou a trabalhar no caso. As investigações sobre o caso já começaram e estão sendo executadas por uma delegacia de polícia anticorrupção recentemente criada. “A gente sabe que todo patrimônio público recebe um número e uma identificação e tem um responsável por sua utilização. Nós vamos identificar a última pessoa que estava com aquele bem sob sua responsabilidade e ela vai ter que nos dizer que descaminho deu a o bem público, se pegou fogo, se roubaram, se se acidentou, etc…”, disse o coronel Paulo Cézar. “Quem tiver responsabilidade em relação a isso vai ser punido”, disse.