Acre está entre os que mais tiveram casos graves de hepatite nos últimos 20 anos

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que as hepatites virais causam anualmente 1,7 milhão de mortes, no mundo. O Cenário epidemiológico brasileiro, do Ministério da Saúde, aponta que o Acre assume o 6º lugar com o maior número de casos de Hepatite C – a mais grave no espectro – em 20 anos, em todo o país.

A pesquisa abarca o período de 1999 a 2019. O Estado, quando se fala do tipo que mais pode levar a morte, tem 20,4% dos casos totais na Região Norte, perdendo apenas para o Amazonas (25,6%) e Pará (22,6%).

No recorte nacional, ocupa o 6 lugar, perdendo apenas para São Paulo (77,1%), Goiás (40,2%), Bahia (38,1) e os últimos dois, também do Norte, citados no parágrafo acima.

A hepatite C é a principal causa de transplantes de fígado e uma epidemia mundial – por exemplo, atinge cinco vezes mais pessoas que o HIV/Aids. Apesar de ser extremamente grave, já que pode causar cirrose, câncer de fígado e levar à morte, a doença ainda não tem vacina e sua principal forma de transmissão é o contato com sangue contaminado, inclusive por meio de relações sexuais desprotegidas.

Ela faz parte do grupo das três hepatites virais mais comuns no Brasil, junto com os tipos A e B. Segundo o painel informativo do Ministério da Saúde, 36.658 tratamentos contra a hepatite C foram realizados no Brasil em 2019. De 1 de janeiro a 31 de maio de 2020, este número chegou a 10.582. Ainda de acordo com o MS, a contaminação por outros tipos de hepatites virais é menos comum: enquanto o vírus da hepatite D está mais presente na Região Norte, o da hepatite E é o mais raro em todo o país.

A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas. A doença nem sempre apresenta sintomas, mas eles podem se manifestar na forma de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

A situação do Acre também não é favorável na contabilidade de casos de Hepatite B, também em terceiro lugar com a maior porcentagem.

Na Hepatite D, a unidade se destaca em segundo lugar na Região Norte, com 33,1%, perdendo apenas para o Amazonas, que registrou 53,4%.

A situação do Estado é mais favorável na classe da Hepatite A, quando sua posição é a 6º, na Região.

Entenda a diferença entre as hepatites:

– Hepatite A: tem o maior número de casos e está diretamente relacionada às condições de saneamento básico e de higiene. É uma infecção leve e se cura sozinha. Existe vacina.

– Hepatite B: é o segundo tipo com maior incidência; atinge maior proporção de transmissão por via sexual e contato sanguíneo. A melhor forma de prevenção é a vacina associada ao uso do preservativo.

– Hepatite C: tem como principal forma de transmissão o contato com sangue contaminado. A infecção por este tipo é considerada a maior epidemia da humanidade hoje, provoca cirrose e câncer de fígado e é a principal causa de transplantes hepáticos. Não tem vacina.

– Hepatite D: causada pelo vírus da hepatite D (VHD), ocorre apenas em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B. Ou seja, a vacinação contra a hepatite B também protege de infecção por hepatite D.

– Hepatite E: causada pelo vírus da hepatite E (VHE) e transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral), provocando grandes epidemias em certas regiões. A hepatite E não se torna crônica, porém mulheres grávidas que forem infectadas podem apresentar formas mais graves da doença.

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