O goleiro Bruno , que nesta semana recebeu a notícia que terá que treinar e jogar a serie D do Campeonato Brasileiro com uma tornozeleira eletrônica , deu entrevista ao Conexão Repórter , do SBT, e afirmou que dorme com a consciência tranquila.
Condenado pela morte de Eliza Samudio e também pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e sequestro, ele voltou recentemente ao futebol, já que passou a cumprir o regime semiaberto. “Não (devo pedir perdão para ninguém). Todas as pessoas que pedi perdão já me perdoaram. Durmo com a minha consciência tranquila”, afirmou Bruno, admitindo, porém, que não é um anjo. “Não, mas também não fui esse demônio”.
Recentemente, em entrevista ao iG, a mãe da modelo, que foi assassinada com a participação do jogador, alegou que não acredita no arrependimento de Bruno ou uma segunda chance para ele . “Isso não vai trazer a Eliza de volta. Ele teve tempo para pensar lá atrás. Ele poderia ser outro Bruno, mas preferiu matá-la. Achou que ninguém ia descobrir, que ia ficar impune por ser goleiro do Flamengo e que não acreditariam na história dela. Eu só queria ter paz, mas eu nunca vou ter. Minha dor não vai amenizar, disse ela.
Sobre a condenação, aliás, quando perguntado se foi justa, o jogador, que fez sucesso no Flamengo, foi categorico. “Lógico que não. Tem uma pancada de erro”, apontou, falando sobre um retorno ao cárcere. “Pra prisão eu não volto, nunca mais”.
Esse retorno à sociedade e ao futebol, porém, é considerado por Sônia como uma falta de respeito à memória de Eliza. “Quando ele volta (aos campos), passa a ser aclamado, aplaudido e admirado”, diz ela
Em entrevista, o jogador ainda colocou em dúvida se realmente é o pai da criança e diz que precisa de um exame para comprovar. “Não pode falar que é meu filho se não tiver exame de DNA. Se não tem um exame, existe a dúvida. Já pedi na Justiça”, garantiu.
Para a mãe da vítima, que está há dez anos sem respostas sobre onde está o corpo da filha, tudo o que o Bruno pede na justiça é concedido. “Meu único pedido é saber onde está o corpo de Eliza e isso eu não tenho. É uma resposta que não posso dar para o meu neto. Ele perguntou para mim: ‘Onde a minha mãe está enterrada?’ Eu tive que falar que não sabia, porque o assassino sumiu com o corpo da minha filha. Isso dói muito”, lamenta.