BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal pediu a inclusão do nome de André de Oliveira Macedo, 43, conhecido como André do Rap, na lista de procurados da Interpol. Ele é apontado com um dos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) e está foragido.
Não há confirmação de que André do Rap tenha deixado o país, mas os serviços de inteligência tanto da PF como de polícias civis nos estados consideram a hipótese.
A ordem de prisão contra André foi expedida pela Justiça Federal de São Paulo, após o ministro Luiz Fux, presidente do STF (Supremo Tribunal de Justiça), revogar, no sábado (10), a decisão do ministro Marco Aurélio Mello que havia determinado a soltura de André do Rap.
O traficante, no entanto, deixou o presídio de Presidente Venceslau (SP) pela porta da frente, pela manhã. A decisão de Fux foi tomada na noite de sábado. Desde então, André do Rap não foi localizado.
Neste domingo, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que André do Rap foi seguido pela polícia, pegou um avião e “a essa altura já está fora do Brasil, evidentemente”.
“Agora está a polícia de São Paulo toda mobilizada para achar o André do Rap, que a essa altura já está fora do Brasil, evidentemente. Ele não foi para o Guarujá, como ele prometeu ao juiz”, disse Doria em entrevista ao apresentador José Luiz Datena na rádio Bandeirantes.
“Nós monitoramos, a polícia de São Paulo monitorou. Ele foi para Maringá, de Maringá pegou um avião com o alvará de soltura, com o habeas corpus do ministro Marco Aurélio, e a essa altura ou já está na Bolívia ou no Paraguai. É fugitivo da polícia”, afirmou.
O traficante estava preso desde o fim de 2019 sem uma sentença condenatória definitiva, o que, para Marco Aurélio, excede o limite de tempo previsto na legislação brasileira.
Às autoridades o chefe do PCC informou um endereço em Guarujá, no litoral paulista, onde afirmou que poderia ser encontrado caso fosse necessário um novo contato.
Segundo o governo, porém, o criminoso foi seguido até o Paraná, onde pegou um avião.
Após André do Rap ser solto, Fux suspendeu a decisão de Marco Aurélio e determinou o retorno imediato do criminoso à penitenciária no interior paulista.
O traficante se tornou, então, foragido, e é alvo de uma força-tarefa no estado de São Paulo anunciada por Doria.
Marco Aurélio tem justificado sua decisão ao dizer que “não olha a capa do processo”, que julga de acordo com o mérito, independentemente de quem for o apelante.
Doria reagiu na entrevista à rádio. “Como fazer justiça sem saber se está avaliando um criminoso, um assassino, um homicida, ou um ladrão de bisnaga de pão na padaria? Como um juiz pode avaliar se está tendo uma decisão justa e correta sem saber quem está julgando?”
O governador chamou a decisão de decepcionante e afirmou que contará com ajuda da Interpol, pela qual o traficante também é procurado, para chegar novamente ao criminoso.
À noite, a reportagem apurou que a PF acionou a busca do traficante no exterior.