A sonda americana Osiris-Rex entrou em contato pela primeira vez esta terça-feira (20) com o asteroide Bennu, a 320 milhões de quilômetros da Terra. A viagem, que a Nasa inaugurou há quatro anos, tem como objetivo coletar grãos de poeira da superfície do corpo celeste, que tem material do início do Sistema Solar.
O asteroide Bennu, conhecido desde 1999, pode ter moléculas orgânicas portadoras de carbono, ingredientes essenciais para a vida na Terra, assim como minerais contendo ou formados por água.
“Pouso confirmado”… “Amostragem concluída”, anunciou a agência espacial durante a transmissão ao vivo das operações, arrancando aplausos da equipe ao final deste procedimento de alguns segundos, que ocorreu mais de quatro anos depois do lançamento da sonda.
— Tudo foi perfeito — explicou minutos depois o chefe da missão, Dante Lauretta — Escrevemos uma página na História esta tarde.
Após esguichar nitrogênio comprimido na superfície de Bennu, o braço mecânico da sonda tinha como missão recolher partículas com menos de 2 centímetros de diâmetro levantadas pelo impulso.
O objetivo era acumular pelo menos 60 gramas de material durante esses poucos segundos, o que se tornaria a maior amostra extraterrestre coletada desde as missões lunares da Apollo. A massa exata da amostra não será conhecida até sábado.
Até agora, Osiris-Rex só conseguiu enviar mensagens de confirmação, mas nenhuma imagem: a sonda só poderá fazê-lo na noite de terça a quarta-feira, assim que voltar à sua órbita e estiver a uma distância segura do asteroide, após recarregar as baterias.
Nas próximas horas e dias, a sonda enviará inúmeros dados e imagens que darão uma estimativa do resultado da amostragem.
Existe a possibilidade de que o braço da sonda não tenha conseguido pousar em uma superfície plana e aspirar a poeira, por exemplo, se ela caiu em uma grande rocha.
Em caso de insucesso, pode-se decidir por nova tentativa em outro momento.
Em março de 2021, Osiris-Rex começará sua longa viagem de volta à Terra. O lançamento do contêiner que transportará as amostras com um pouso no deserto de Utah (EUA), desacelerado por um para-quedas, está programado para 24 de setembro de 2023. [Foto de capa: Nasa/Goddard/Arizona State University/AFP]