O apresentador Raul Gil foi internado nesta terça-feira (17/11), em São Paulo, com um diagnóstico de diverticulite. A doença é a inflamação e infecção dos divertículos, que são pequenas pregas ou sacos que surgem nas paredes do intestino, especialmente na última porção do cólon.
Estes divertículos geralmente surgem em adultos com mais de 40 anos de idade e não provocam sintomas — a condição é chamada de diverticulose. Também é mais comum em pessoas que fazem uma dieta pobre em fibras ou que sofrem de prisão de ventre crônica.
Entretanto, quando os divertículos inflamam, podem surgir sintomas como dor no abdômen, especialmente na parte inferior do lado esquerdo, náuseas, vômitos, febre, prisão de ventre ou diarreia e, nestes casos, deve-se ir imediatamente ao pronto-socorro para tratamento e evitar complicações mais sérias, como perfuração do intestino e infecção do organismo, que podem colocar a vida em risco.
Como saber se é diverticulite
Os sintomas que podem alertar para uma crise aguda de diverticulite incluem:
- Dor abdominal, especialmente na parte inferior do lado esquerdo, que pode ser constante e persistir durante vários dias;
- Períodos de diarreia ou de prisão de ventre;
- Sensibilidade no lado esquerdo do abdômen;
- Enjoo e vômitos;
- Febre e calafrios.
A intensidade dos sintomas varia de acordo com a gravidade da inflamação, que, se for leve, pode passar despercebida. Entretanto, na presença desses sintomas é importante procurar um médico para avaliar os sintomas e, se necessário, realizar exames de ultrassom ou tomografia do abdômen, e exames de sangue que detectem inflamação e infecção no intestino.
Como tratar
O tratamento para diverticulite é orientado pelo gastroenterologista ou clínico geral, e é feito com:
- Uso de antibióticos para controlar a infecção, durante cerca de 10 dias;
- Uso de analgésicos ou anti-inflamatórios para alívio do desconforto abdominal;
- Cuidados com a dieta, que nos primeiros 3 dias, deve ser em jejum ou líquida, e só depois ir adicionando gradualmente alimentos sólidos, para não aumentar a pressão dentro do intestino.
À medida que a inflamação dos divertículos e os sintomas vão diminuindo, o paciente deve ir introduzindo nas suas refeições diárias alimentos ricos em fibras, como frutas e vegetais frescos ou cereais integrais, por exemplo, de forma a evitar que os divertículos inflamem novamente.
Para tratamento cirúrgico da inflamação, pode ser feita uma punção para drenagem do pus ou uma cirurgia para retirada da parte prejudicada do intestino.
Como evitar
Para prevenir a formação de divertículos no intestino grosso, ou impedir novas crises de diverticulite, é importante ter uma alimentação rica em fibras, pois elas estimulam o funcionamento e limpeza do intestino, e impedem que suas paredes fiquem enfraquecidas e se formem novas pregas.
Também é muito importante beber bastante líquido ao longo do dia, em média 2 litros de água, além de comer devagar e mastigar bem antes de engolir.
Ao longo do quadro de diverticulite aguda, a inflamação intestinal pode dar origem a complicações, que, geralmente, acontecem quando se demora para iniciar o tratamento ou quando é feito de forma incorreta. As principais são:
1. Sangramento
O sangramento ou hemorragia do intestino pode acontecer mesmo sem a inflamação do divertículo, sendo chamado de sangramento diverticular, e, normalmente, se manifesta com a presença de sangue nas fezes.
O que fazer: a determinação do local e o tratamento para o sangramento, geralmente, são feitos com a realização de colonoscopia. Em sangramentos muito intensos, podem ser necessários procedimentos mais complexos, como angiografia ou, até, cirurgia.
2. Abscesso
O abscesso é um acúmulo de líquido purulento, que se forma em situação de infecção e inflamação do tecido, e causa muita dor e febre.
O que fazer: para tratar o abscesso, é importante o uso de antibióticos prescritos pelo médico e, em alguns casos, pode ser necessária a drenagem do líquido infectado.
3. Fístula
As fístulas são comunicações do intestino com outros órgãos, que se originam devido à inflamação e formação de feridas nas paredes. Alguns sintomas são dor abdominal e a presença de fezes na urina ou eliminadas através da vagina, por exemplo.
O que fazer: tratamento da fístula intestinal é feito pelo coloproctologista, geralmente com procedimentos cirúrgicos específicos para correção da comunicação, a depender da localização e tamanho.
4. Perfuração
A perfuração das paredes do intestino é uma complicação grave da diverticulite, que acontece em casos avançados ou que não foram tratados corretamente. A situação causa uma intensa inflamação abdominal devido às fezes que podem contaminar a região.
O que fazer: geralmente, é realizada uma cirurgia para correção ou retirada da parte inflamada do intestino.
5. Obstrução intestinal
A obstrução intestinal também é uma complicação grave da diverticulite, causada pela intensa inflamação que impede a passagem de líquidos e fezes pelo órgão, o que provoca inchaço, cólicas abdominais e vômitos.
O que fazer: se for uma obstrução parcial, o tratamento pode ser feito com remédios e jejum por um período. Entretanto, em obstruções mais graves, costuma ser realizado um procedimento cirúrgico para correção da alteração.