No dia 28 de dezembro de 1882, o seringalista Neutel Maia, que havia acabado de chegar à região do Acre, subia o rio que dá nome ao estado quando se deparou com uma frondosa gameleira na margem direita de uma curva. A árvore chamou a atenção do explorador e ele resolveu criar seu seringal aos pés dela. Nascia, assim, Rio Branco, hoje capital do Acre.
No entanto, até se tornar uma cidade e ganhar esse nome, muita história aconteceu no local onde hoje fica o calçadão da Gameleira, no Segundo Distrito.
Maia chamou seu seringal de Volta da Empresa e ordenou a construção de barracões. Em seguida, atravessou o rio e construiu mais um do outro lado, com o nome de Seringal Empresa.
No início do século 20, a região foi palco de algumas das batalhas contra bolivianos durante a chamada Revolução Acreana. Com a assinatura do Tratado de Petrópoles, em 1903, o Acre finalmente passou a ser parte do Brasil e os antigos seringais de Maia foram elevados à categoria de vila e viraram sede do departamento do Alto Acre.
No ano seguinte, o local foi chamado de Vila Rio Branco, em homenagem ao Barão do Rio Branco, diplomata responsável pelas negociações que tornaram o Acre território brasileiro.
As terras eram as mais ricas e produtivas da região e logo a vila se urbanizou, especialmente no segundo distrito. Porém, as cheias do Rio Acre obrigaram o poder público a construir, em 1909, seus prédios do outro lado do manancial, parte mais alta da cidade, onde até hoje está o palácio do governo e os poderes legislativo e judiciário.
Aquela área alta da vila ganhou o nome de Penápolis, em homenagem ao então presidente do Brasil Afonso Pena. Em 1910, o prefeito da época uniu segundo distrito e Penápolis e criou o município chamado Empresa. A cidade só passou a se chamar Rio Branco em definitivo em 1912 e apenas em 1920 virou capital do território do Acre, que seria elevado à categoria de Estado apenas em 1962.
Rio Branco é a quarta capital mais antiga da região Norte, perdendo apenas para Belém, Manaus e Macapá. 138 anos se passaram desde que Neuteu Maia pisou por estas terras, que hoje concentram mais de 400 mil habitantes, cerca de metade da população do estado.