Reynaldo Gianecchini estava brilhando na TV até novembro de 2019 em A Dona do Pedaço, mas o início da sua carreira, em Laços de Família, não foi uma sensação tão segura assim.
Relembrando o trabalho que fez há 20 anos atrás e que está sendo reprisado no Vale a Pena Ver de Novo, o ator fez uma retrospectiva.
Em entrevista à revista Quem, o galã revelou de onde realmente vinha o preconceito na sua estreia na TV:
“Entre elenco e produção, nunca senti nada de ruim, pelo contrário. Eu era o primeiro a reconhecer que era muito verde. Eu era o meu maior crítico. Não tenho histórias ruins neste sentido. A equipe estava ao meu lado. Agora, tinham muitas histórias que me machucavam na mídia. Não me refiro à crítica porque por mais que, às vezes, dissessem o que não queria ouvir. Às críticas, eu ficava atento. Poderia ser algum alerta, alguma coisa que poderia me ajudar a crescer” .
Ainda no assunto, Gianecchini reclamou da implicância gratuita, mas deixou claro que hoje lida bem com isso:
“Existia muita birra. Tinha gente que queria te ridicularizar, que torcia o nariz. Hoje em dia, encaro numa boa. Mas, no começo, isso machuca. Vivemos em um país em que todos querem dar suas opiniões, mas esquecem que podem nos machucar. Essa exposição faz as pessoas falarem o que quiserem. Isso era um choque. Na época, me machucava. Hoje, não mais, a gente aprende a colocar um escudo“.
Falando do dia a dia no trabalho, o ator contou dos “apuros” com uma de suas colegas de cena e o diretor:
“Levava umas broncas do Ricardo Waddington porque ficava muito tenso. Também já pedi perdão a Marieta [Severo] pelo tanto de trabalho que dei a ela. Não sabia nada de nada. Não tinha experiência algum. Tinha acabado de estrear no teatro, mas mesmo no teatro tinha pouca experiência“.
No ano 2000, Reynaldo Gianecchini viveu seu auge de assédio do público: “Todo mundo, especialmente o jovem, quer se destacar e deixar de ser mais um na multidão.
Então, foi excitante esse momento. Mas, no meu caso, acabou sendo muito forte esse assédio. Foi o ano em que mais fui assediado.
Embora eu tenha continuado naquele posto de galã, em Laços de Família foi muito grande. Convivi por muito tempo com esse lance de quererem te agarrar, te puxar“.
O bonitão comparou o passado de muvuca com o presente mais ameno:
“Agora que está dando uma diminuída (…) Estou saindo daquela casca do galã, o que é bom. Eu tenho histórias bem loucas de assédio para contar. Ter que sair dos lugares com segurança, escoltado, terem que me tirar porque não dava para ficar ou também de quando ia visitar meus pais no interior de São Paulo. Era quase um ET (risos). As pessoas quase não acreditam que você pode estar na frente delas“.
“O Edu é um príncipe, um personagem fofo, muito bonitinho. Havia ali também o poder da juventude. Hoje, mais maduro, observo que jovem tem muita energia e o veículo que me ilumina, me focava em pontos bons. Nunca acreditei que eu era um cara lindo, fofo e brilhante como o Edu, mas entendo o assédio que foi criado. Nunca me olhei como um símbolo sexual ou esses superlativos todos“, continuou Gianecchini, culpando seu personagem pelo grande fascínio das fãs.
O artista trabalhou novamente com Marieta Severo em 2015, em Verdades Secretas, e tem ela como uma figura muito importante na sua carreira:
“Marieta foi fundamental. Além de me ensinar por ser a atriz que ela é, ela sempre foi uma pessoa muito generosa. Marieta é muito deliciosa e divertida no set. Ela é querida de um jeito espontâneo, de quem gosta da troca. Em nenhum momento, ela se coloca em um pedestal, como merece estar pela maravilhosa atriz que é. Marieta vinha me ajudar muito espontaneamente e só posso ter muito amor por ela“.
“Estava muito nervoso pelo peso da responsabilidade. Eram muitas cenas para gravar. Era um verdadeiro turbilhão. Estar no set era muito louco, difícil de administrar. Claro que não estava tranquilo para jogar o jogo maduro e gostoso da profissão. Quem sofria era a Marieta porque a gente tinha muita cena juntos. Lembro que pedia desculpa mesmo e quando fizemos Verdades Secretas, em 2015, disse que esperava me redimir um pouco (risos)“, brincou Reynaldo Gianecchini sobre essa parceria de anos.