Quatro caminhões que saíram de Porto Velho com carregamento de oxigênio na quarta-feira (20) devem chegar somente no domingo (24) a Manaus. Neste sábado (23), o comboio passa pela região do km-392 da BR-319, no chamado ‘trecho do meio’ da estrada.
No total, cerca de 100 mil metros cúbicos de oxigênio estão sendo transportados a Manaus. A intenção de cruzar 838 quilômetros pela BR-319 era economizar tempo, pois inicialmente a previsão era fazer o percurso em 36 horas, sendo que de balsa pelo Rio Madeira a viagem duraria seis dias.
O ‘trecho do meio’, que vai do km 250 ao km 656, é um dos mais danificados da rodovia e não tem pavimentação, o que provoca atoleiros “gigantes” no período chuvoso. Já no período de estiagem, os motoristas reclamam de outros problemas: buracos e poeira.
Além de seis viaturas da Polícia Rodoviária Federal, que escoltam a carga, o comboio tem o apoio de veículos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o Dnit. Esses veículos ajudam a puxar os caminhões nos atoleiros.
Falta de oxigênio é apenas um dos problemas que enfrenta o Amazonas, que passa por um aumento expressivo de casos de Covid-19, superlotação de hospitais e cemitérios. A situação é tão caótica que o governo está transferindo pacientes para atendimento em outros estados. Mais de 6,8 mil pessoas morreram com a doença no estado, conforme o boletim divulgado na sexta-feira.
A única rodovia que liga Porto Velho a Manaus, a BR-319, é conhecida pelas péssimas condições. Em 2020, o governo federal chegou anunciar a publicação de um edital para pavimentação da rodovia. Em outubro, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, assinou a ordem de serviço para a manutenção de três segmentos da BR-319 (Manaus-Porto Velho).