O secretário de Limpeza Urbana (Semulsp) de Manaus, Sabá Reis, de 65 anos, foi diagnosticado com Covid-19. Ele está em São Paulo, onde recebe atendimento médico. O secretário causou polêmica por ter sido um dos primeiros a tomar o imunizante na capital, no dia 19 de janeiro (veja abaixo).
Em nota, a prefeitura informou que ele é diabético e necessitou de atendimento médico, o que o fez viajar para São Paulo em função superlotação dos hospitais de Manaus. Na capital paulista, o secretário teve febre e foi submetido ao teste de Covid-19 no domingo (24), que apresentou resultado positivo.
Ainda segundo a prefeitura de Manaus, o secretário apresenta sintomas leves e tem quadro estável. Ele só retorna a Manaus depois que for liberado pelos médicos.
Imunidade depende das 2 doses
Ao G1, a médica infectologista Raquel Muarrek disse que a imunidade contra a Covid-19 só tem início após a segunda dose do imunizante.
“A vacina é dada em duas doses. A segunda dose não é um reforço. São necessárias as duas doses para se ter uma resposta de defesa para a Covid-19, só a partir de uns 15 dias após a segunda dose que a gente começa a desenvolver o quadro de proteção da vacina”, afirmou.
Por esse motivo, explicou a médica, é necessário manter as medidas de proteção para evitar o contágio, mesmo após a aplicação da primeira dose.
A médica descarta completamente a possibilidade da doença ter sido provocada pelo imunizante. De acordo com Raquel, o secretário da Semulsp poderia, inclusive, estar contaminado quando tomou a vacina, mas sem quadro febril.
“A vacina é um vírus inativo. Ela não causa nem provoca efeitos de doença”, ressaltou.
Polêmica
Além de Sabá Reis, outros dois secretários municipais estão entre as pessoas que foram as primeiras a receber a imunização contra a Covid-19 em Manaus: a secretária da Saúde de Manaus, Shádia Fraxe, e a secretária da Mulher, Assistência Social e Cidadania, Jane Mara Silva de Moraes Oliveira.
Os nomes deles estão em uma lista divulgada pela própria Prefeitura no domingo (24), após uma determinação judicial, que inclui 6.150 pessoas. A determinação ocorreu após relatos de que pessoas que não são do público-alvo da primeira fase da vacinação.
As denúncias de pessoas furando a fila na prioridade da vacinação são apuradas pelo Ministério Público e Tribunal de Contas.