Aos 72 anos, um dos mais famosos pilotos do AC vence a covid-19 após 40 dias na UTI

Um dos mais famosos pilotos de avião do Acre, o aposentado João Calvo, de 72 anos, venceu bravamente o coronavírus.

O idoso recebeu alta na tarde desta sexta-feira (5), depois de ter passado 40 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Into, em Rio Branco.

A reportagem do ContilNet acompanhou o momento em que João deixou o hospital, ao lado de familiares que, emocionados, acolheram-no com brilho nos olhos.

João Calvo, nasceu em 28 de abril de 1948, no município de Regente Feijó, interior de São Paulo. Viveu sua infância e adolescência em Orizona, interior do Paraná. Chegou ao Acre na década de 70 com o irmão Pedro Calvo, com intuito de plantar café, mas a aviação se tornou sua paixão. Trabalhou por cerca de 40 anos cortando os céus da Amazônia nos famosos táxis-aéreos, com total aproximado de 20.000 horas de voo.

Ele também é conhecido como piloto João Bó. Calvo tem 6 filhos e 6 netos.

Na ocasião, familiares reconheceram o trabalho da equipe de técnicos do Into e agradeceram o esforço do governador Gladson Cameli.

De acordo com a nora do seu João, Valéria Oliveira, após 58 dias internado no Into, Deus ouviu as preces da família e concedeu a sua recuperação. Ela disse também que o sogro esteve ausente em várias datas especiais, entre elas, Natal e Ano Novo. “Ele fez muita falta para a família. Essa sensação de impotência é muito ruim, de não poder fazer nada, além de orar para para que ele conseguisse sua reabilitação”.

Valéria frisou que na noite de Natal, além de não poder estar ao lado do piloto, os familiares ainda tiveram uma triste notícia. “A gente soube que ele teve três paradas cardíacas. Depois disso, tivemos a certeza que Deus estava cuidando dele, mesmo ele não evoluindo bem no quadro de saúde. Após ele ser extubado tivemos boas notícias. Inclusive, no banho de sol, ele nos disse que tinha muita história para nos contar, umas ruins, outras boas”, ressaltou.

A filha do seu Calvo, Mariana Sá, explicou que após a notícia que o patriarca havia contraído coronavírus, a família tentou tratar da doença na própria residência, mas ele piorou. “Confiamos na equipe. Realmente aqui eles lutam até o último minuto pela vida do paciente”, comentou.

Mariana acrescentou que as pessoas não acreditam na gravidade da doença, porém, quando a própria pessoa ou algum familiar contrai, muda tudo. “Quem não estiver se cuidando, se cuide, pois não é brincadeira”, explicou.

A doutora Cláudia Beltrão, responsável pelo atendimento do seu João, contou à reportagem do ContilNet que a recuperação do paciente é um ‘milagre do Into’, devido a gravidade e diversas comorbidades em seu quadro clínico. “Ele tem câncer, imuno suprimido por já ter feito quimioterapia. Tinha imunidade baixa. Além disso, ele teve infecção elevada, usamos antibióticos pesados e achamos que ele não iria escapar, mas, Deus reverteu o caso”, argumentou a profissional de saúde.

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