Artigo de Nelson Liano: “A hora errada para se fazer política eleitoral”

Por mais que o Governo do Acre explique que das poucos mais das 50 mil doses de vacinas contra a Covid-19 que chegaram ao Acre mais da metade foram para os indígenas alguns políticos insistem em não entender. O fato é que a vacinação que está ocorrendo nas aldeias remotas do estado ainda não gerou um relatório por falta de condições técnicas. Não tem internet e nem outros meios de comunicação. Obviamente que por sinais de fumaça não dá para atualizar os dados vacinais do Acre.

Os jornalistas dos veículos nacionais não sabem disso e tascam que o Acre está em último lugar na cobertura vacinal. Realmente fica difícil para alguém que mora no Sudeste e Sul do país entender a logística do Acre. Lá o número de indígenas é mínimo. Mas aqui é muito representativo e a maioria das aldeias ficam em lugares isolados. Então o nosso Governo atendendo o protocolo do Ministério da Saúde destinou mais de 50% das vacinas a essas populações sem nenhum tipo de retorno burocrático de quantos já foram vacinados. Isso só vai acontecer quando os agentes de saúde retornarem das aldeias.

Mas nós temos políticos acreanos que entendem essa logística. No entanto, aproveitando as informações das redes nacionais de comunicações, tentam instaurar o caos e o medo na população acreana. São oportunistas que já estão de olho nas próximas eleições de 2022. Não querem divulgar a verdade, mas fake news para tirarem proveito eleitoral.

Vejam que momento difícil para todos os acreanos. Pandemia de Covid-19, surto de dengue e os rios transbordando gerando centenas de desabrigados. Então ao invés de alguns políticos serem solidários e ajudarem a população eles se mantém nos seus escritórios refrigerados em Brasília disparando fake news através de redes sociais. Outros posam para fotografias nas enchentes cobrando a presença das autoridades. Mas são incapazes de doarem cestas básicas ou produtos de limpeza para quem está padecendo.

Para ajudar os alagados é preciso se criar uma logística de atendimento e isso não é efeito dentro da enchente, mas nas secretarias. Ali estão sendo adotadas medidas pelas gestões municipais e estaduais para atender as famílias afetadas pelas cheias. Mas aqueles que estão de olho nos cargos de 2022 vociferam de maneira oportunista.

Será que alguém imagina um prefeito ou governador tomando medidas dentro de uma poça de água? Ou demagogicamente ajudando a carregar os móveis das casas? Isso é tudo pose. O que as autoridades precisam fazer é convocar a Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, técnicos especializados para agirem nessas situações extremas. Conseguir abrigo, alimentos e remédios para os que estão precisando de assistência social. E isso está sendo feito.

Assim é que se pode amenizar o sofrimento da população afetada e não fazendo fotos dentro da enchente e menos ainda disparando fake news de dentro de escritórios refrigerados em Brasília. Num momento como esse que o Acre está atravessando os políticos de bom senso devem abandonar as suas convicções ideológicas e as suas sedes pelo poder para ajudar. Só assim o Acre poderá atravessar todas as suas dificuldades para poder voltar à normalidade. Nunca a união foi tão necessária como agora.

*Nelson Liano Jr é Diretor de Comunicação da Secom

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