Escola católica expulsa filhos ao saber que mãe usa plataforma erótica

“Você não precisa concordar com o que eu faço. Mas o fato de querer tirar crianças inocentes da escola porque não gosta de uma coisa que a mãe dela faz é repugnante”.

O desabafo é de uma mãe californiana que teve seus três filhos expulsos de uma escola católica após os diretores descobrirem que ela tinha um perfil na plataforma erótica OnlyFans.

Com a venda de suas fotos sensuais no site de conteúdo adulto por assinatura, Crystal Jackson, de 44 anos, recebe em torno de US$ 150 mil mensais – cerca de R$ 820 mil na cotação atual

A popularidade crescente de sua conta, na qual é conhecida como Mrs. Poindexter, chegou ao conhecimento de pais de alunos da Escola Paroquial do Sagrado Coração, em Sacramento.

O grupo, então, iniciou uma campanha para que as crianças de Jackson fossem convidadas a deixar a instituição, o que levou a californiana a se pronunciar publicamente em vídeo e entrevistas a emissoras locais.

“Se você quer me assediar dessa forma, ok. O problema é quando fazem bullying e assediam meus fihos, tentando expulsá-los da escola. Queria saber se seu comportamento é melhor do que isso que estou fazendo. É correto uma mãe ou um grupo de mães intimidar uma outra ou fazer isso com seus filhos porque simplesmente não gosta de algo que a mãe deles está fazendo? Se não gosta, não precisa olhar. A maioria das pessoas, 99% delas, sabe o que está acontecendo, mas não se importa”, disse ela em gravação reproduzida por veículos estrangeiros.

Filhos de Crystal Jackson foram expulsos de escola católica após direção descobrir perfil no OnlyFans Foto: Reprodução

De acordo com uma afiliada da emissora NBC News, Jackson recebeu no último domingo (21) um e-mail da direção do colégio dizendo que seus filhos não estavam permitidos a retornar às aulas pelo fato de seu perfil online não estar em sintonia com os valores da instituição.

“Sua aparente busca por polêmicas de grande repercussão em apoio a um site de conteúdo adulto está em conflito direto com o que esperamos transmitir aos nossos alunos e se opõe diretamente às políticas estabelecidas em nosso manual para pais/alunos. Nós, portanto, exigimos que você encontre outra escola para seus filhos e não tenha mais associação com a nossa”, escreveu a diretora Theresa Sparks no e-mail.

Procurada pela imprensa americana, Sparks não quis comentar sobre o episódio. À NBC, disse em nota que não pode “discutir o status ou as circunstâncias de nenhum membro da escola ou comunidade paroquial”.

Segundo Jackson, ela e o marido começaram a publicar fotos sensuais na rede social Reddit há cerca de um ano e meio com o intuito de apimentar a relação do casal.

Pouco depois, receberam sugestões para ingressar na plataforma OnlyFans, até então desconhecida por eles, e resolveram experimentar.

Em vídeo, ela relata que um pai que morava em sua vizinhança descobriu seu perfil e contou a sua esposa. De acordo com Jackson, os dois decidiram espalhar suas fotos por mensagens e até mesmo imprimindo as imagens.

“Comecei a receber mensagens de textos e áudios de pais dizendo quão nojenta eu era, que devia arrumar minhas malas e deixar a cidade. Tem sido muita intimidação e assédio para mim. As pessoas não têm que concordar com o que decidi fazer. Não estou pedindo aprovação ou consentimento deles, mas não me sinto bem com pessoas indo atrás dos meus filhos e tentando que eles sejam expulsos da escola”, disse.

A californiana disse ainda que um grupo de pais criou perfis fakes nas redes sociais para monitorá-la. Com o acesso às plataformas, reuniam o material para encaminhá-lo à escola a fim de que tomassem alguma providência – nesse caso, vetar seus filhos na instituição.

Crystal Jackson, de 44 anos, mantém um perfil ativo na plataforma OnlyFans Foto: Reprodução Instagram

“É só parar de olhar. Não sou eu que estou colocando na frente do seu rosto, você que na verdade decidiu ver. Criaram perfis fakes no Instagram, na minha página no OnlyFans, para visitarem constantemente e monitorarem o que estava fazendo”, contou.

“É um grupo de mães que não tem nada mais para fazer, que stalkeiam meu perfil, se tornaram obsessivas por isso. Imprimiram minhas fotos, enviaram para a escola e tentaram expulsar meus filhos. Acho esse comportamento nojento e perturbador”.

De acordo com a emissora CBS, afiliada da CNN, Jackson afirmou que continuará postando suas fotos na plataforma de conteúdo adulto e que vai matricular seus filhos em outra escola, mas teme que a família seja excluída da diocese de Sacramento.

Em entrevista ao jornal inglês The Sun, Jackson contou que as crianças ficaram chocadas e confusas com a notícia de que sairiam da escola.

“Eles estavam muito tristes e choraram por perderem seus amigos”, disse. “Você pune crianças pelos pecados de seus pais? Se um pai comete um crime, seu filho é expulso da escola? Não, eles não são. Nós não cometemos um crime”, emendou.

PUBLICIDADE