Atraso em pagamento de garis em Rio Branco resulta até em ameaças de facções

Os garis realizaram nesta terça-feira (16), na sede da Zeladoria da Prefeitura de Rio Branco, o segundo dia consecutivo de manifestações contra o atraso de dois meses de salário.

Eles ainda aguardam um posicionamento do prefeito Tião Bocalom, mas não obtiveram respostas até o momento.

Na ocasião, um dos trabalhadores que preferiu não se identificar, disse que o atraso está gerando uma revolta até entre integrantes de facções criminosas.

“É muito difícil tudo isso que estamos vivendo. Não temos dinheiro para pagar as contas no fim do mês, sustentar as nossas famílias”, defendeu.

“Até as facções já estão entrando nessa briga, ameaçando. Alguns já até disseram que não podemos sair daqui para trabalhar sem ter recebido o salário, porque eles vão reagir, como já fizeram outras vezes. Estamos proibidos de entrar nos bairros para realizar qualquer serviço. Podem ir pra cima até dos que estão à frente disso tudo”, continuou.

Na segunda-feira (15), durante o primeiro dia de protestos, a Prefeitura de Rio Branco acionou o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) para dispersar os profissionais, quando utilizaram até spray de pimenta contra os trabalhadores. O ato foi repudiado por autoridades e internautas.

O zelador José da Cruz Bezerra, de 48 anos, que é pai de família, relatou o drama que tem enfrentado em casa.

José da Cruz Bezerra, de 48 anos/Foto: ContilNet

“As pessoas batem na porta da nossa casa pedindo que a gente pague o que está devendo, mas como vamos fazer?”, questionou.

Bezerra disse ainda que o problema nunca aconteceu durante um ano e meio da gestão da ex-prefeita Socorro Neri (PSB) e que os riobranquenses precisam pensar seriamente em que vão votar nas próximas eleições.

“Isso nunca aconteceu durante a gestão da prefeita Socorro Neri. Muitas vezes, o salário que era pra cair até o dia 5, já estava na conta antes do dia 30. Temos que prestar muita atenção em quem vamos eleger”, finalizou.

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