A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) disse nesta quinta-feira (11) que o Brasil vive o pior momento da pandemia até agora. O país registra 10,3% das mortes do mundo, sendo que tem apenas 3% da população do planeta.
“Os recordes de novos casos e óbitos vêm sendo superados diariamente, acompanhados por uma situação de colapso dos sistemas de saúde em grande parte dos estados e municípios”, aponta a nota divulgada pela Fiocruz.
Os dados do sistema InfoGripe, que monitoram a incidência da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil, também estão em “níveis muito altos” em todos os estados, com maior destaque para as regiões Sul e Sudeste. Mais de 96% dos casos e 99,1% dos óbitos são em decorrência do novo coronavírus.
Na terça-feira (9), a fundação já havia divulgado uma edição extraordinária do boletim que acompanha a lotação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) durante a pandemia de Covid-19: segundo o documento, os índices de ocupação fazem 20 unidades da federação serem classificadas na “zona de alerta crítico” e 13 unidades têm 90% de ocupação.
Na classificação da Fiocruz, as taxas de ocupação são classificadas em zona de alerta crítico (vermelho) quando iguais ou superiores a 80%, em zona de alerta intermediário (amarelo) quando iguais ou superiores a 60% e inferiores a 80%, e fora de zona de alerta (verde) quando inferiores a 60%.
Estados com mais de 90% de lotação de UTIs
Rondônia
Acre
Tocantins
Ceará
Rio Grande do Norte
Pernambuco
Paraná
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
Mato Grosso do Sul
Mato Grosso
Goiás
Distrito Federal
“Na última semana, embora a saída do Pará da zona de alerta crítico para a zona intermediária, com a queda do indicador de 82% para 75%, possa deixar uma impressão visual de melhoria do quadro geral, é importante sublinhar que se observou exatamente o oposto, com crescimento do indicador em quase todos estados e no Distrito Federal e entrada na zona crítica dos estados de São Paulo e de Sergipe.” – nota da Fiocruz.
Situação nas capitais
Vinte e cinco das 27 capitais do país estão com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos iguais ou superiores a 80%, sendo 15 delas superiores a 90%.
Porto Velho (100%)
Rio Branco (99%)
Manaus (87%)
Boa Vista (80%)
Macapá (90%)
Palmas (95%)
São Luís (94%)
Teresina (98%)
Fortaleza (96%)
Natal (96%)
João Pessoa (87%)
Recife (85%)
Aracajú (86%)
Salvador (85%)
Belo Horizonte (85%)
Vitória (80%)
Rio de Janeiro (93%)
São Paulo (82%)
Curitiba (96%)
Florianópolis (97%)
Porto Alegre (102%)
Campo Grande (106%)
Cuiabá (96%)
Goiânia (98%)
Brasília (97%)
As outras duas capitais restantes estão com taxas superiores a 70%: Belém (75%) e Maceió (73%).
Foto: Diego Vara/Reuters