De acordo com um novo estudo do Centro Médico da Universidade do Estado de Nova York (SUNY), que será detalhado na conferência anual ENDO 2021, da organização médica americana Endocrine Society, pessoas hospitalizadas com Covid-19 podem ter um quadro mais grave da doença caso tenham um elevado nível de açúcar no sangue, independentemente de serem diabéticas ou não.
Segundo a Galileu, a investigação destaca-se por contar com uma maioria de participantes negros. Isto porque, de acordo com uma das autoras, Samara Skwiersky, análises anteriores sobre a relação entre a hiperglicemia e a Covid-19 não haviam sido focados neste grupo.
Assim, este novo estudo acompanhou 708 adultos com Covid-19 que foram internados no hospital da SUNY. Desta amostra, 89% deles eram negros, aproximadamente metade eram homens, e 54% deles tinham um histórico de diabetes do tipo 1 ou do tipo 2.
É recomendado que diabéticos mantenham os níveis de glicose no sangue entre 140 e 180 miligramas por decilitro (mg/dL) durante a hospitalização. Por isso, os participantes foram divididos em dois grupos: um com níveis de glicose inferiores a 140 mg/dL e outro com os indivíduos que apresentavam números inferiores a 180 mg/dL.
O estudo conclui que os pacientes com diabetes cujos valores de glicose no sangue ultrapassaram os 140 mg/dL, ao serem internados, tiveram um risco 2,4 vezes maior de integrar os cuidados intensivos e de precisarem de ventilação quando comparados àqueles cujos níveis de glicose eram mais baixos.
Os pacientes com diabetes cujos níveis de glicose eram superiores a 180 mg/dL tinham um risco aproximadamente duas vezes maior de óbito.
A acrescentar, o risco de morte também aumentou duas vezes em pacientes que não tinham diabetes, mas cujos valores de glicose ultrapassavam 140 mg/dL.
Também foi verificada uma probabilidade 3,5 vezes maior de admissão nos cuidados intensivos e um risco 2,3 vezes maior de ventilação e de lesão renal aguda.
Os pacientes não diabéticos cujos níveis de glicose no sangue ultrapassavam 180 mg/dL tinham um risco de morte quatro vezes maior, uma probabilidade quase três vezes maior de transferência para os cuidados intensivos e 2,7 vezes maior de ventilação.
Ainda não está claro se a hiperglicemia é um resultado ou é a causa de um quadro grave da doença causada pelo novo coronavírus.