As denúncias foram apresentadas num período de seis meses, em 2016, e ignoradas pela polícia que chegou a multar a jovem por fazer a polícia “perder o seu tempo”.
Numa dessas denúncias, o homem tinha chegado a entrar na casa da jovem. A polícia deteve Mcihael mas acabou o libertando após o pagamento de uma fiança.
Seis semanas após este incidente, Michael voltou a entrar na casa de Shana, cortou-lhe a garganta e ateou fogo ao seu corpo.
O suspeito foi condenado a uma pena de prisão perpétua em 2017.
O caso foi recordado num episódio do documentário ‘Morte em Slow Motion’ neste fim de semana.
Tom Milson, do Gabinete Independente de Conduta Policial (IOPC), diz que a Polícia de Sussex falhou no caso de Shana e não soube estabelecer a diferença entre “uma discussão entre dois indivíduos e um comportamento de assédio”.
“É realmente necessário ouvir a vítima e não creio que isso tenha acontecido com Shana”, afirma o homem, lamentando que tenha sido necessário perder uma vida, para que casos como estes passem a ser encarados de forma diferente.
Também a psicóloga forense Kerry Daynes acredita que as mulheres muitas vezes não denunciam este tipo de crimes por não confiarem na polícia e terem medo de ser julgadas.
O caso de Shana é recordado num momento em que a morte de Sarah Everard continua a chocar o Reino Unido. As ameaças que as mulheres enfrentam e as denúncias de crimes têm sido um tema em destaque na sociedade britânica (e não só) desde o trágico homicídio da gerente marketing que foi raptada e morta quando volta para casa, depois de ter estado reunida com um grupo de amigos.