Para diretor do Into, tudo indica que variante é responsável por 2ª onda mais mortal no AC

O governo ainda aguarda a confirmação da presença da nova variante do coronavírus no Acre. No entanto, segundo o novo diretor do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into-AC), o médico Osvaldo Leal, tudo indica que a cepa surgida no Amazonas já circula no estado e é a grande responsável pela explosão de casos e mortes.

Em janeiro, 10 amostras de pacientes locais foram colhidas e enviadas para análise no Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA). O resultado deve sair até maio. De acordo com Leal, são poucos os laboratórios do país que fazem essa confirmação.

“Independente disso, é claro que a gente trabalha com a possibilidade de circulação dessa cepa. Mas é preciso esclarecer que não há diferença no tratamento de uma variante para a outra”.

Segundo o médico, que é membro do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19, a diferença no modo de encarar a possível presença da cepa deve vir da população, que precisa redobrar os cuidados.

A mutação do vírus é mais transmissível e pode causar reinfecção, dizem estudos, o que explicaria, segundo profissionais de saúde, a segunda onda muito mais mortal em todo o Brasil, inclusive no Acre.

“O que a gente pode fazer é intensificar a informação e os pedidos para que a sociedade cumpra a normativa, entendendo que a gente pode ter um agravamento ainda maior por conta dessas características da nova cepa”, comenta Leal.

O ex-secretário de Saúde da gestão do ex-prefeito Raimundo Angelim (PT) chama a atenção para o aumento de complicações e óbitos entre as faixas etárias de 30, 40 e 50, um perfil inédito na pandemia até então.

Ele diz ainda que outras variantes vão surgir ou já estão surgindo. “Quanto mais o vírus circular entre as pessoas, mais a probabilidade de isso acontecer”.

“Às vezes a mutação torna a própria cepa inviável e ela é descartada, essa é a seleção natural delas. Aí a cepa que se viabiliza, ela substitui as outras, se mostra mais eficaz na transmissão e na ligação com os receptores, e vai preponderando, vai ocupando o espaço das outras e ficando viável. É um processo de mutação viral que acontece”.

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