Pastora critica abertura de igrejas no AC: “Enquanto protestamos, outros choram”

A notícia de que o governador Gladson Cameli permitiu o funcionamento das igrejas com 20% de público aos fins de semana no Acre, mesmo com o decreto que determina até o fechamento de supermercados no mesmo período, não agradou toda a classe de líderes religiosos. É o caso da pastora Karoline Campelo.

“Quero aqui dizer que como pastora não concordo com esse decreto de abrir para as igrejas. Se vamos tirar alguns trabalhadores dos seus trabalhos, restringir os postos de gasolina, fechar os supermercados, por quê beneficiar as igrejas se haverá também uma aglomeração e risco de contaminação?”, questionou a religiosa em uma publicação no Facebook.

Karoline acredita que o momento não é oportuno para que as denominações pressionem governantes, mas para que a igreja entenda qual o seu papel durante essa pandemia.

“Não é hora de pressionarmos os governantes para flexibilizarem para as igrejas, é tempo da igreja entender o papel dela nesse tempo que estamos. Há muita discussão e barulho, e enquanto isso há muitas pessoas chorando com a morte de amigos e familiares, há trabalhadores sem o pão para colocar em suas mesas, e comerciantes sem saber como arcarão com impostos, e nós que poderíamos sim transferir nossas reuniões para a semana, e orar pelos nossos governantes, estamos mostrando resistência”, continuou.

Ao final, Campelo deixou outro questionamento: “Onde o nome de Deus está sendo glorificado em tudo isso?”.

“Não é uma guerra política ou uma perseguição religiosa. Esse vírus está sujeito a todos. Todas as vezes que Deus entra com juízo, nossa posição não é se opor à lei, mas nos humilharmos e colocarmos o nosso rosto em pó chamando a misericórdia, chorando pelo pecado do meu irmão. Somos um só corpo!”, escreveu.

“Presidente, governador, prefeito e todas as suas equipes, estamos em oração e clamor para que Deus traga sabedoria, proteção e direção para vocês”, finalizou.

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