“Salve-se quem puder”, diz Gladson após MS alertar para aumento no número de mortes 

O governador Gladson Cameli declarou que teme o recente prognóstico do Ministério da Saúde, onde espera que o Brasil atravesse nas próximas duas semanas o pior momento da pandemia. Para ele, o pico da pandemia no Acre, conforme especialistas, poderá ocorrer entre 20 de março e metade de abril.

O órgão projeta que haja uma explosão de casos e de mortes no período, com os óbitos ultrapassando a barreira dos 3.000 por dia no país. Na opinião do chefe do executivo estadual, esse cenário é devastador para a região norte, em especial ao Acre, que faz fronteira com Bolívia e Peru.

“Olha o cenário é desanimador, não há mais o que fazer, estamos esgotados e transferido pacientes para outros Estados. Salve-se quem poder!”, desabafou.

Fiocruz diz que Brasil vive pior momento da pandemia

No Brasil, a taxa de transmissão (Rt) da doença segue aumentando, como revelaram dados do Imperial College. Dezoito estados e o Distrito Federal apresentam percentuais de ocupação de leitos de UTI Covid acima dos 80%, uma zona considerada crítica.

“Pela primeira vez desde o início da pandemia, verifica-se em todo o País, o agravamento simultâneo de diversos indicadores, como o crescimento do número de casos e de óbitos, a manutenção de níveis altos de incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a alta positividade de testes e a sobrecarga dos hospitais”, aponta o boletim da Fiocruz. O texto prega a adoção ampla e imediata de medidas mais drásticas de restrição da circulação para conter a disseminação do vírus.

Segundo a análise do boletim, o “cenário alarmante” representa apenas uma parte pequena do problema. “Por trás deles estão dificuldades de resposta de outros níveis do sistema de saúde à pandemia, mortes de pacientes por falta de acesso a cuidados de alta complexidade requeridos, a redução de atendimentos hospitalares por outras demandas, possível perda de qualidade na assistência e uma carga imensa sobre os profissionais de saúde.”

Para amenizar o problema, o boletim sugere “adoção de medidas mais rigorosas de restrição da circulação e das atividades não essenciais, de acordo com a situação epidemiológica e capacidade de atendimento de cada região, avaliadas semanalmente a partir de critérios técnicos como taxas de ocupação de leitos e tendência de elevação no número de casos e óbitos.”

Já o laboratório nacional de Los Alamos, nos Estados Unidos, por exemplo, calcula projeções para todos os países. Segundo o modelo matemático da instituição, os dados atuais apontam que o Brasil se aproxima no futuro do que se chama de pior cenário (“worst-case scenario”), com o país atingindo a marca de 442 mil mortes até o 25 de maio. No melhor cenário projetado, com um avanço 4 vezes mais lento, seriam 347 mil mortes até essa data.

 

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