Em entrevista do ano passado, Paulo Gustavo disse que temia pegar Covid-19 e morrer

Em entrevista ao programa Além da Conta, apresentado por Ingrid Guimarães no canal GNT, o ator Paulo Gustavo, que morreu na terça-feira (4), aos 42 anos, em decorrência da Covid-19, afirmou que temia ser infectado pela doença.

“Eu tô [paranóico]. Sabe por quê? Porque eu tenho problema respiratório. Eu tenho muito medo porque eu vejo essas matérias das pessoas dizendo que a medicina não sabe ainda como esse vírus reage dentro de cada pessoa”, disse, ao ser questionado se não estava paranoico por causa da pandemia.

“Agora, em casa, a gente está mais sensível de ficar sozinho, acaba ficando mais carente em alguns momentos… e televisão é f***, cada hora você vê uma notícia nova. Eu tenho medo de pegar isso, a pessoa não saber o que usar em mim e eu morrer. Então eu tenho medo”, completou – a entrevista conduzida por Ingrid de forma remota foi ao ar em maio de 2020.

Ele disse ainda que se preocupava também com a possibilidade contrair de forma assintomática o novo coronavírus e infectar outras pessoas ao seu redor. “Então, de todos os lados, eu prefiro ficar na quarentena, já que eu posso”, respondeu, defendendo o isolamento em casa.

Questionado por Ingrid sobre publicar na internet conteúdos engraçados enquanto parte da população passava fome ou morrida em razão da pandemia, ele defendeu a função do humor para aliviar o estresse e ajudar as pessoas a enfrentarem períodos de incerteza.

“Acho que cada um tem uma função aqui na Terra, uma história aqui. Eu sou um cara que sou um comediante, eu tenho facilidade para fazer as pessoas rirem e acho que as pessoas estão precisando disso.”

Ele disse também que recebia comentários de seguidores que o agradeciam por o ajudarem a rir em meio à pandemia. “Então, eu acho que isso também é uma forma de ser caridoso com quem está precisando porque o que a gente faz para as pessoas vai muito além da brincadeira ali. A agente cura, a gente transforma as pessoas”, concluiu.

Paulo Gustavo defendeu também que a quarentena serviu para mostrar para a sociedade a importância da arte no dia a dia. “O que as pessoas estão fazendo em casa, hoje, de quarentena é consumindo arte. Elas estão consumindo músicas, filmes, séries, vendo vídeo no YouTube de peças de teatro, sei lá”, ressaltou.

Ele afirmou ainda que vivia um momento de transformação por ter tido recentemente seus filhos, os gêmeos Romeu e Gael – atualmente com 1 ano e 9 meses. “Estou com dois filhos recém-nascidos, coisa mais linda do planeta. Estou apaixonado (…) Estou amando estar com eles, esse momento meu. No meio dessa tragédia toda, estou podendo ver alguma coisa boa para mim.”

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