Pedrita comemora vitórias em sequência no UFC: “A fera saiu, e agora ninguém mais segura”

Priscila Pedrita tem reescrito no UFC sua própria história. Ente 2018 e 2019, ela fez três lutas e perdeu todas.

Depois disso, já emendou duas vitórias, a última delas no sábado, no UFC 262, em Houston, onde venceu Gina Mazany por nocaute no segundo round, depois de um início de luta em que foi travada pela rival no chão.

A brasileira de 32 anos relatou que foi difícil reverter aquele cenário que parecia culminar numa demissão sem vitórias no UFC.

– Logo após a minha luta com a Valentina (Shevchenko, na estreia no UFC), meu psicológico abalou muito. Quase me perdi com isso, porque não conseguia mais me encontrar de novo. Conheci o muay thai com 25 anos, e com 28 anos já estava no UFC.

Comecei a fazer MMA e com um ano e três meses entrei para o UFC. Tudo aconteceu muito rápido na minha vida (nas lutas). Na luta da Valentina, rompi meu ligamento no joelho no início da luta, e foi um massacre.

Meu psicológico abalou demais ali, foi onde aquele leão virou um gatinho, e entrou numa jaula e ali ficou.

Tentei tirar ele de lá logo na segunda luta, com a Molly McCann, e não consegui me soltar. Depois aceitei uma luta rapidamente no UFC Rio com a Luana Dread, tentei também botar aquele leão para fora e não consegui (…).

Foi quando saiu aquele lindo nocaute na Shana Dobson e falei: “a fera saiu, e agora ninguém mais segura”.

Voltei, e voltei para ficar, e voltei para ser no futuro – com essa comissão de coachs que tenho – a campeã do UFC, quem sabe – relatou Pedrita na coletiva do UFC 262.

Após as derrotas para Valentina, Molly McCann e Luana Dread, a brasileira voltou a vencer em fevereiro de 2020, nocauteando Shana Dobson com 40 segundos de luta. E agora novo nocaute.

A diferença de uma vitória para outra foi a equipe. Depois de deixar a PRVT, em Niterói, ela passou a integrar o time de Deiveson Figueiredo, campeão peso-mosca do UFC, em Belém-PA.

– Essa vitória não é só minha, é dos meus coachs também, foram cinco meses de trabalho duro. Cheguei lá completamente fora do peso, com um ano e pouco sem lutar, e eles aceitaram o trampo.

Dois meses depois, minha luta foi marcada e a gente trabalhou intensamente em cima do jogo da Gina.

E o plano daqui para frente é: “UFC, estou pronta, pode marcar mais lutas, quero lutar, amo lutar”. Tenho certeza de que tenho um time maravilhoso, e quero muitas vitórias e dar sequência a essa chuva de nocautes.

No primeiro round contra Mazany, a brasileira se viu derrubada logo no início da luta. Ela chegou a se levantar, mas logo acabou no chão de novo.

Na sequência, apesar de ficar de pé de novo e conectar alguns golpes na rival, Pedrita foi quedada a terceira vez e terminou o round por baixo.

No segundo round, a americana manteve a estratégia. A brasileira acabou levando uma queda e, ao tentar a raspagem deu as costas, e Mazany quase a dominou.

Foi aí que o árbitro ordenou que a luta voltasse a ser disputada em pé diante da pouca efetividade das duas na posição.

– Escutei bem meu coach, e ele falava: “trava a luta, trava a luta que vai levantar, ela não está trabalhando”. Percebi realmente que ela estava cansada, e falei: vou travar.

Ela fez muita isometria, percebi que ela cansou, e eu estava o tempo inteiro guardando energias para quando essa luta levantasse.

Muitas vezes quem trabalhou por baixo fui eu, efetuando aqueles golpes e cotoveladas, onde abriu o supercílio dela.

Achei que foi certo a luta levantar. Eu não estava recebendo golpes contundentes para aquela luta se manter no chão.

Com a luta de pé, Pedrita passou a acertar bons golpes. Mazany tentou duas vezes derrubá-la, mas não conseguiu.

Mais inteira fisicamente, a brasileira Pedrita passou a dominar a disputa em pé, e distribuiu golpes duros em sequência, forçando o árbitro a interromper o combate, decretando o nocaute técnico.

Priscila Pedrita ao lado dos treinadores Ian Coelho, Maizena e José Filho — Foto: Mike Roach/Zuffa LLC

Priscila Pedrita ao lado dos treinadores Ian Coelho, Maizena e José Filho — Foto: Mike Roach/Zuffa LLC

Pedrita agora espera por uma adversária ranqueada, que te dê a chance de entrar no top 15.

Na coletiva, a brasileira citou o nome da americana Montana de la Rosa, que na verdade nem está ranqueada, além de já ter luta marcada com a brasileira Ariane Lipski.

– É até um pouco contraditório dizer isso agora, porque tenho que evoluir muito meu grappling, mas gostaria muito de lutar com a (Montana) de la Rosa.

Se não me engano, ela é top 15, mas é uma atleta que vejo que dá para vencer. Quero entrar para o top 15, e quem sabe o UFC casa essa luta… Gosto de desafios.

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